Casas Bahia (BHIA3) antecipa conversão de debêntures e surpreende mercado

A Casas Bahia (BHIA3) a antecipação da conversão da 2ª série de debêntures para ações ordinárias, originalmente prevista para outubro de 2025. A decisão integra o plano de reestruturação de capital da companhia e, caso ocorresse hoje, resultaria na emissão de aproximadamente 329 milhões de novas ações, representando uma diluição de 78%.

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Caso a totalidade das debêntures seja convertida, serão emitidas 328,9 milhões de novas ações, o equivalente a 77,58% do capital social da companhia. Mesmo com a diluição do bolo de acionistas, o presidente da empresa, Renato Franklin, acredita que o plano cria valor no longo prazo.

“É melhor ter uma participação menor de uma empresa que vai valer mais no futuro do que manter uma fatia maior de uma companhia travada pelo endividamento”, afirmou, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Com a conversão, o diretor financeiro (CFO) da Casas Bahia, Elcio Ito, destacou que a dívida da companhia, que somou R$ 4,55 bilhões no primeiro trimestre deste ano, cairia para R$ 2,984 bilhões. “A alavancagem da empresa cai pela metade. A dívida líquida/Ebitda cai de 1,6 vez para 0,8 vez, enquanto a dívida líquida sobre o capital total passa de 61,8% para 33,1%”, afirmou.

Casas Bahia (BHIA3): mais sobre a oferta

As ações provenientes da conversão estarão sujeitas a um lock-up escalonado de 16 meses. No primeiro trimestre após a homologação do aumento de capital, os credores poderão vender até 10% das ações recebidas. Esse limite aumenta gradualmente até que, após 18 meses, todas as ações estejam liberadas para negociação. A estratégia busca evitar pressão vendedora repentina no mercado, dando maior estabilidade ao processo de desalavancagem da companhia.

Segundo análise divulgada, a antecipação foi considerada positiva e inesperada. “Reforçamos que a conversão era, na nossa visão, o caminho mais racional e vantajoso para os credores. A aceleração desse evento sinaliza maior comprometimento com o plano de transformação da companhia”, afirmou Iago Souza, analista de varejo da Genial Investimentos.

Além disso, quatro mudanças se destacam em relação ao cenário anterior traçado pelos analistas:

  1. Os bancos credores Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) não se tornarão controladores, pois venderão os papéis a um novo investidor, ainda não identificado, que se tornará o maior acionista da companhia.
  2. A hipótese de um follow-on para diluição futura perde força, tornando a redução da despesa financeira mais lenta que o previsto.
  3. A carência para pagamento de juros e principal foi estendida de novembro de 2026 para novembro de 2027.
  4. A empresa terá 12 meses de dispensa temporária da obrigação de utilizar receitas extraordinárias para amortizar dívidas.

A antecipação da conversão reforça o compromisso com a transformação da Casas Bahia (BHIA3) e amplia sua flexibilidade financeira no curto prazo.

Com Estadão Conteúdo

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Maíra Telles

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