Petrobras (PETR4): Lira afirma que Câmara e o Cade podem intervir no preço do gás de cozinha

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), declarou nesta quinta (14) que a Câmara está discutindo propostas para baratear o preço do gás de cozinha. Lira voltou a fazer criticas ao monopólio que a Petrobras (PETR4) tem sobre o produto e complementou dizendo que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) também pode ser acionado para intervir na estatal.

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O Cade tem como objetivo zelar pela livre concorrência e fiscalizar, apurar e corrigir abusos do poder econômico.  “No Brasil, o problema do gás se resume a uma coisa muito simples: monopólio. A Petrobras detém o monopólio. Não se justifica esse preço. É importante esclarecer: por que o gás é extraído a pouco mais de 2 dólares e caminha nos gasodutos a mais de 10 dólares para ser distribuído? Isso encarece sobremaneira, a Petrobras tem que se esforçar para dar explicações”, disse.

“A Câmara está atenta, deputados estão debruçados sobre isso e há uma possibilidade clara de se acionar o Cade para intervir nessa questão do monopólio, porque o preço do gás no Brasil, com as condições e as jazidas que nós temos, é inadmissível. Todas as medidas legislativas que forem possíveis para a discussão da matéria, com seriedade e sobriedade, a Câmara dos Deputados está disposta a fazer, porque essa questão está colocando o brasileiro numa situação de muita dificuldade”, acrescentou.

Lira afirmou que as explicações do presidente da Petrobras, Joaquim Luna e Silva, não têm sido convincentes e questionou a falta de esclarecimentos sobre a política da empresa para o setor. As afirmações foram feitas em entrevista à Rádio Bandeirantes nesta quinta-feira (14).

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“Nós temos questões complexas, que precisam ser esclarecidas pela Petrobras. Por que ela não prioriza a reinjeção de água em vez de gás para exploração do petróleo no pré-sal? Porque se produz mais petróleo reinjetando gás? Muitos técnicos dizem que essa variação é de 2%. E você poderia estar explorando esse gás natural”, disse.

Lira voltou a citar a venda do gasoduto pela Petrobras. “Foi vendido um gasoduto numa concessão. Todos nós sabemos que as concessões têm prazo determinado. A empresa constrói o gasoduto, recebe o ressarcimento do valor que investiu, depois de 20 anos essa concessão volta para a União, para que ela faça nova licitação e, a partir daí, a tarifa seja minimizada. Houve uma venda pela Petrobrás, por mais de R$ 90 bilhões de reais, ela não distribuiu com a União os seus dividendos, e as empresas hoje exploram o gasoduto como se o tivessem construído, usando inclusive a tarifa no mesmo valor”, criticou.

Votação do ICMS dos combustíveis 

Lira comentou sobre a votação de ontem da Câmara, que aprovou com 392 votos a proposta que tornou fixo o valor do ICMS dos combustíveis. Segundo o presidente, os entes federados não serão prejudicados, mas todos devem dar a sua contribuição.

“A arrecadação dos estados não será cortada, deixará de crescer. É função do Legislativo estar atento às necessidades, e todos os entes têm que dar sua contribuição. Temos que estar vigilantes. [Com essa medida], os aumentos serão reduzidos”, explicou.

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Arthur Lira afirmou que é importante discutir o papel da Petrobras. Para ele, a empresa não pode apenas pagar dividendos aos seus acionistas. Na avaliação do presidente da Câmara, a empresa precisa ser mais transparente.

Lira comenta Renda Brasil

Lira também foi questionado sobre a demora da aprovação do Renda Brasil, o novo programa social do governo que vai ampliar o Bolsa Família, e sobre o fim do auxílio emergencial. Segundo ele, é preciso que a Câmara e o Senado aprovem a reforma no Imposto de Renda e a cobrança de dividendos e a regulamentação dos precatórios. Dessa forma, haverá fontes de recursos para o pagamento do benefício.

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Já em relação ao auxílio emergencial, Lira afirmou que sua eventual prorrogação depende da discussão do Congresso, mas destacou que todas as despesas deverão estar previstas dentro do teto de gastos.

“Temos um excesso de arrecadação, mas precisamos analisar, não temos uma decisão permanente. Todas as discussões serão feitas de maneira a acomodar as despesas no teto”, disse Lira.

(Com Agência Câmara de Notícias)

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Bruno Galvão

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