O setor de varejo tem enfrentado um movimento de retirada tática de risco, mas o BTG Pactual enxerga espaço para valorização em nomes seletos. Mesmo com a saída de investidores do setor, o banco vê oportunidades em papéis como Renner, C&A e Vivara, que combinam fundamentos sólidos com múltiplos ainda atrativos.
Apesar da piora no cenário macroeconômico, com juros elevados e menor apetite ao risco, o valuation das empresas de consumo discricionário segue descontado. A média do setor está em 11 vezes o lucro projetado, bem abaixo da média histórica de 17x observada nos últimos 14 anos. Esse desvio pode abrir espaço para revisões positivas nas estimativas de lucro a partir do segundo semestre.
Renner, C&A, Vivara e Track&Field lideram apostas do BTG no varejo
Entre os papéis de maior convicção do BTG, a Renner (LREN3) deve apresentar crescimento de 16% na receita, com margem EBITDA de 15,8%. A C&A (CEAB3) tende a reportar avanço de 19% nas vendas de vestuário, acompanhada por expansão de margem. A Vivara (VIVA3), por sua vez, deve entregar alta de 15% na receita bruta, enquanto a Track&Field (TFCO4) projeta crescimento de 22% na receita líquida e melhora de 150 pontos-base na margem.
Essas empresas vêm se beneficiando da resiliência do consumo e da alavancagem operacional. “O desempenho recente pressionou as ações, mas seguimos vendo margem para recuperação significativa na segunda metade do ano”, diz o relatório.
Além dessas, o banco também mantém recomendação positiva para Azzas, Smartfit e Mercado Livre. Segundo os analistas, mesmo com as altas taxas de juros, essas companhias têm mostrado boa execução e potencial de crescimento sustentado.
BTG aponta recuperação no segundo semestre
Mesmo com o aumento do prêmio de risco do setor — que subiu de 3,5% para 4,7% —, o BTG projeta crescimento de 9% na receita líquida e 12% no EBITDA das empresas no segundo trimestre. O lucro consolidado deve avançar de R$ 1,2 bilhão (2T24) para R$ 1,3 bilhão em 2025.
“O momento ainda é a variável-chave. Em nossa visão, papéis como Renner, C&A, Track&Field e Vivara oferecem o melhor risco-retorno neste cenário de incerteza”, conclui a equipe de análise do BTG Pactual.