Braskem (BRKM5) tem nota de crédito rebaixada pela S&P; entenda por quê

A agência de classificação de risco S&P Global Ratings cortou a nota de crédito da Braskem (BRKM5) de “BB” para “BB-”. Segundo a agência, a redução reflete o aumento da alavancagem e a queima de caixa registrada nos últimos trimestres pela companhia.

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Além do rebaixamento para BB-, a Braskem foi colocada em “CreditWatch negativo”, o que significa que a nota pode sofrer novo rebaixamento nos próximos 90 dias caso não haja melhora nos resultados.

Vale ressaltar que quando uma empresa tem sua nota de crédito reduzida por uma agência de classificação, isso indica uma avaliação de maior risco para investidores e credores. A classificação leva em conta a capacidade da companhia de honrar suas dívidas e sua solidez financeira.

Por que a S&P reduziu a nota de crédito da Braskem?

Segundo a S&P, os números de BRKM5 no segundo trimestre de 2025 foram considerados “muito fracos”, com queda de margens, pressões sobre spreads petroquímicos e impacto negativo de estoques adquiridos a preços mais altos.

A agência também revisou para baixo suas premissas de crescimento de volumes, uma vez que a Braskem não conseguiu aumentar participação de mercado mesmo com impostos de importação mais elevados no Brasil.

O cenário atual projeta alavancagem de 9 vezes dívida líquida sobre Ebitda em 2025 e 7 vezes em 2026, níveis considerados elevados. A liquidez da companhia também preocupa, diante da perspectiva de maior queima de caixa.

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Prejuízo de BRKM5 no 2T25

A Braskem registrou prejuízo líquido de R$ 267 milhões no segundo trimestre de 2025, revertendo o lucro visto no trimestre anterior. O Ebitda recorrente foi de R$ 427 milhões, queda de 68% em relação ao trimestre anterior e de 74% na comparação anual.

O desempenho foi afetado por perdas de estoque e margens mais fracas em diferentes mercados. O Ebitda no Brasil foi positivo em R$ 865 milhões, mas operações nos EUA, Europa e México apresentaram resultado negativo.

“Em nossa opinião, o principal culpado pode ser um efeito temporal não monetário. Os preços das resinas e das matérias-primas caíram acentuadamente após 2 de abril (“Liberation Day”), porém o COGS carrega um custo unitário mais alto explicado pela baixo giro de estoque do setor”, destacou a XP em relatório.

A dívida líquida da companhia subiu 20% em um ano, chegando a R$ 37 bilhões. A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda alcançou 7,9 vezes no período, acima do patamar de 6,4 vezes no 2T24.

Apesar dos números negativos, a XP ressaltou em relatório que a companhia deve apresentar um cenário de recuperação no próximo trimestre.

“O lado positivo é que, embora as perdas de estoque representem um efeito negativo no resultado, elas não são necessariamente tão ruins do ponto de vista do fluxo de caixa, dado o efeito positivo da redução das necessidades de capital de giro. Além disso, se essa hipótese se confirmar, o terceiro trimestre deve apresentar uma recuperação significativa em relação aos baixos níveis do segundo trimestre de 2025″, avalia a XP sobre a Braskem (BRKM5).

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Giovanna Oliveira

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