Brasil tem baixo investimento público na comparação com emergentes, diz FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou sobre o baixo investimento público no Brasil na comparação com países emergentes.

A conclusão está no relatório “Public Investment Management Assessment” (PIMA). O documento foi divulgado nesta sexta-feira (30) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo o FMI, de 1995 a 2015 o investimento público no Brasil foi, em média, de 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Um resultado que representa menos da metade do registrado em países emergentes (6,4% do PIB) e também em países da América Latina (5,5% do PIB).

“Como resultado, em 2015 o estoque de capital público era de apenas 35% do PIB, em comparação com uma média de 92% nas EME [economias emergentes] e de 86% na AL [América Latina]”, indica o relatório.

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“Ao longo de décadas, muitas iniciativas de investimento público foram lançadas para suprir essas necessidades, porém ainda existe uma carência significativa de infraestrutura no país, prejudicando, portanto, o crescimento potencial brasileiro”, informou o FMI.

De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, o investimento público no Brasil é mal planejado, avaliado e executado.

“Uma obra que será executada ao longo de três, quatro anos, não tem planejado o fluxo orçamentário ao longo desse período”, explicou Almeida.

Segundo o secretário, no Brasil as obras são interrompidas, depois retomadas. Isso obriga a fazer aditamento de contrato, com renovação de custos.

Almeida observou ainda que as verbas dos investimentos são, muitas vezes, “sacrificadas” para que as metas fiscais (de superávit primário) sejam atingidas. Isto ocorre especialmente em períodos de frustração de receitas orçamentárias.

“Quando há frustração de receitas, tem de fazer contingenciamento de despesas. Só pode fazer de discricionária [despesa que não é obrigatória, que pode ser bloqueada]. Um dos itens é o investimento publico”, explicou o secretário.

Carlo Cauti

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