BNDES pretende reduzir carteira de ações, segundo Montezano

O atual presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, reforçou nesta segunda-feira (14) a intenção da companhia de reduzir sua carteira de ações até 2022.

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Enquanto participava de painel online coordenado pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS), Montezano disse que “até o final de 2022, a estratégia [do BNDES] é reduzir a níveis mínimos nossa atuação especulativa no mercado de ações. Especular no mercado de ações é uma atividade nobre, mas não é para um banco de desenvolvimento“.

Na ocasião, o Montezano ainda comentou sobre o movimento do banco de vender ações da Suzano (SUZB3), e manter papéis da Petrobras (PETR3; PETR4). Vale destacar que a produção da empresa de celulose é mais sustentável que a da estatal petrolífera.

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De acordo com o executivo, o desinvestimento na Suzano é menor do que o na Petrobras neste ano. “Independentemente disso, o mais importante é ratificar que, para um Banco de desenvolvimento, não faz sentido fazer especulação com ações no mercado de capitais. Quando se faz isso isso, não se gera nenhum ganho de desenvolvimento”, salientou.

Durante o evento, Montezano ainda reforçou que o BNDES também está agindo como preparador de projetos de olho na temática ambiental, e não somente como agente financiador.

Nesse sentido, ele apontou que a agenda econômica do banco deve ser dirigida junto às agendas social e ambiental.

“O BNDES antes era visto como um cofre de dinheiro: quanto mais reais, dólares ou euros eu desembolsasse, melhor eu fazia o meu trabalho. Estamos em transição para um mundo mais sofisticado, mais atento aos impactos ambientais, temos que mudar a visão do banco, sem esquecer seu papel financeiro, é claro. Os bancos de desenvolvimento deixam de ser um provedor principal para se tornarem um catalizador de recursos, angariando parceiros, trazendo o mercado financeiro junto”, comentou.

“A gente sabe os desafios do nosso Brasil, a agenda de saneamento, de resíduos sólidos. Para fazer isso tudo acontecer, o banco tem que capacitar estados e prefeituras, preparando projetos, para que eles possam aproveitar melhor os recursos. A gente entra no que os bancos europeus chamam de assessoria técnica”, disse o presidente do BNDES.

BNDES vende R$ 2,5 bilhões de participação na Vale

Cabe lembrar que em meados de novembro, o BNDES vendeu uma participação na Vale (VALE3) que correspondia a R$ 2,5 bilhões. O banco público possuía cerca de 3,7% da mineradora por meio do braço de investimento em participações, o BNDESpar.

A venda de uma parte da participação do BNDES na Vale ocorreu dias depois do fim do acordo de acionistas na mineradora, que mantinha a companhia sob controle de um grupo de grandes investidores institucionais -com o banco público entre eles. Não há informações sobre quem foi o comprador.

De acordo com informações do “Brazil Journal”, o BNDES vendeu 40 milhões de ações, a um preço de R$ 63,62. A venda foi feita via corretora Bradesco, e o Morgan Stanley foi o principal banco utilizado para a compra.

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Além disso, o banco estaria avaliando vender a participação de 7,5% que detém da Klabin (KLBN11). Segundo o jornal “Valor Econômico”, ao preço da unit em meados de novembro, o BNDES levantaria R$ 2 bilhões.

Ainda de acordo com a publicação do veículo, há potenciais compradores que já enviaram sinais de interesse na aquisição da participação acionária. O BNDES não pretende vender o papel aos poucos, assim como fez com a Vale. Ademais, se a instituição não encontrar um comprador final para a participação na Klabin, o banco deverá adiar para 2021.

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Laura Moutinho

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