Resultados do Banco do Brasil (BBAS3) vão decepcionar? Veja o que dizem os analistas

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) operam em forte alta de quase 3% nesta segunda-feira (4), após caírem mais de 5% na semana passada. O movimento de hoje não tem um motivo específico, e pode ser apenas uma correção técnica, enquanto investidores aguardam o balanço de resultados referente ao segundo trimestre de 2025 do banco.

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Apesar da recuperação de hoje, analistas apontam que a instituição financeira é o grande banco com menor probabilidade de surpreender positivamente nesta temporada. As projeções indicam que os lucros do Banco do Brasil podem vir abaixo do esperado, pressionados, principalmente, pelo desempenho no segmento de crédito rural.

O que os analistas esperam para Banco do Brasil (BBAS3) no 2T25?

As expectativas para o BBAS3 são mais cautelosas. O Goldman Sachs reduziu a projeção de lucro para R$ 4,9 bilhões, cerca de 15% abaixo do consenso de mercado, citando o crédito rural como principal risco, segmento que representa cerca de 30% da carteira da instituição e pode demandar provisões mais elevadas.

O JPMorgan também revisou suas estimativas após analisar dados do Banco Central referentes a maio. Segundo o banco, o lucro mensal teria caído para R$ 500 milhões, ante R$ 1,7 bilhão em abril. Se junho repetir a mesma fraqueza, o resultado do segundo trimestre pode variar entre R$ 2,8 bilhões e R$ 3 bilhões.

O BTG Pactual, que já havia cortado estimativas após o balanço do primeiro trimestre, voltou a reduzir projeções.

Agora, a instituição espera lucro de R$ 5 bilhões no 2T25 e R$ 23,5 bilhões no ano, o que representaria um ROE de 12,5%. “Quanto mais analisávamos, mais preocupados ficávamos com o fato de nossas estimativas ainda parecerem excessivamente otimistas”, destacou o banco.

O Bradesco BBI também reduziu suas expectativas, projetando R$ 23 bilhões de lucro em 2025 (16% abaixo do consenso) e R$ 27,4 bilhões em 2026 (13% abaixo do consenso). Para os analistas Marcelo Mizrahi e Renato Chanes, “a qualidade dos ativos rurais atingiu o nível mais baixo de todos os tempos, com 3,5% de inadimplência em 90 dias e 2,9% de inadimplência antecipada”.

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Inadimplência e qualidade dos ativos no radar

O aumento da inadimplência, especialmente no crédito rural, é visto como um dos maiores desafios para o banco nos próximos trimestres. Além da maior necessidade de provisões, analistas alertam para o risco de perda de clientes estratégicos e enfraquecimento da capacidade de execução de garantias.

A deterioração da qualidade dos ativos pode afetar não apenas os resultados do Banco do Brasil no curto prazo, mas também as margens financeiras e capacidade de crescimento em segmentos-chave da carteira do banco.

O balanço do Banco do Brasil será divulgado no dia 14 de agosto e poderá confirmar ou reverter as expectativas mais negativas do mercado. Este conteúdo tem caráter informativo e não representa recomendação de compra ou venda das ações BBAS3.

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Giovanna Oliveira

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