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Crédito e risco político: o que saber antes de investir no Banco do Brasil (BBAS3)

Banco do Brasil (BBAS3) - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil -'Chuva de resultados': Banco do Brasil (BBAS3), Oi (OIBR3) e mais 70 empresas divulgam balanço do 1T24

Banco do Brasil (BBAS3) - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A resiliência do Banco do Brasil (BBAS3) no mercado chama a atenção dos investidores. A instituição financeira, de mais de 200 anos de história, foi o primeiro banco em território nacional do império português. Hoje, ainda como uma das maiores instituições do Brasil, o banco estatal fica no foco do investidor com um novo governo tomando posse, e traz receios sobre o futuro da operação. Será que vale a pena investir no Banco do Brasil?

Segundo o analista CNPI da Suno Research José Eduardo Daronco, diferente de outros setores, quando a economia está mais contracionista, com juros altos, o BB tende a performar melhor. Por outro lado, quando a economia cresce, os bancos privados tendem a ter um melhor resultado. “O BB é um banco mais defensivo e cauteloso”, observou, em entrevista ao Suno Notícias,.

O Banco do Brasil é uma empresa estatal. Diante disso, há um risco maior previsto e atrelado à operação, uma vez que a imprevisibilidade é maior e as interferências políticas tendem a pesar na percepção do mercado sobre a empresa. A cada quatro anos, com um novo governo, todo o corpo da gestão pode ser alterado também, assim como sua política – o que pode encostar nos investidores. Contudo, o valuation atual do Banco do Brasil já reflete esse risco político, de acordo com Daronco.

O que muda com nova gestão do Banco do Brasil?

A indicação de Tarciana Medeiros pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi técnica, na visão de Daronco.

“Tratando–se de governança, o receio do investidor deve ficar a respeito da carteira de crédito. No passado, a carteira do banco teve um crescimento enorme, e concedeu dinheiro para muitas pessoas sem analisar adequadamente os respectivos perfis de risco. A inadimplência subiu muito e o resultado do banco foi impactado negativamente. Agora, provavelmente não veremos alterações significativas no apetite de risco do BB”, ponderou.

Hoje um terço da carteira do Banco do Brasil é exposta diretamente ao agronegócio. O agro no Brasil é uma potência, e sua produção só cresce internamente – o que beneficia muito o BB. O setor também é muito resiliente, com operação de crédito de garantia real, com uma terra como garantia, por exemplo. Diante disso, a inadimplência acaba sendo muito menor.

O público do banco também acaba favorecendo sua estabilidade no setor financeiro. Seus clientes costumam ser funcionários públicos, que têm um salário estável.

O Banco do Brasil é o banco mais rentável do país, apontou Daronco. “O resultado da instituição também é muito impulsionado pela BB Seguridade. O banco tem evoluído muito na área digital e sido considerado benchmark em investimentos em tecnologia”, completou.

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