Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4) devem lucrar mais no 1T22, mas analistas preveem riscos

Os balanços de Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) vêm aí. Até agora, somente o Santander Brasil (SANB11) já divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2022. Segundo os analistas, os números do banco vieram ligeiramente negativos, com aumento no custo do crédito e margens financeiras mais fracas. Com isso, nem o resultado financeiro forte com os clientes segurou o ânimo do mercado.

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No dia da divulgação dos resultados, terça-feira (26), as units do Santander fecharam em queda de 4,55%, avaliadas em R$ 32,10. E não só, o banco ainda puxou os coleguinhas para baixo: Itaú caiu 3,40%, Bradesco perdeu 4,29% e Banco do Brasil recuou 2,25%.

Segundo a Genial Investimentos, o protagonismo desta temporada será do Itaú e do Banco do Brasil, o Santander era o banco que os analistas Eduardo Nishio e Bruno Bandiera estavam menos otimistas.

“No geral, o primeiro trimestre deve ser positivo para os bancos, com avanço do lucro na comparação trimestral e anual, exceto para o Santander”, escrevem em relatório.

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Banco do Brasil é destaque positivo

De um modo geral, o mercado vê um trimestre positivo para os bancos, com as instituições se beneficiando do aumento das taxas de juros. A XP Investimentos destaca três fatores que devem impulsionar os balanços no 1T22:

  • mix de crédito mais rentável;
  • recuperação continuada da receita de serviços; e
  • consumo do índice de cobertura.

Os analistas da corretora esperam margens financeiras maiores, beneficiadas pelas novas concessões de crédito, já precificando o patamar atual de juros, com destaque para o crescimento das linhas mais relacionadas ao consumo e agroindústria (cartão de crédito, cheque especial e crédito rural).

E é aí que o Banco do Brasil brilha. Segundo Matheus Amaral, da Inter Research, o banco deve apresentar um bom controle nas despesas operacionais, com menor inadimplência porque sua carteira de crédito é mais defensiva que a de seus pares. A carteira do BB é mais concentrada em crédito rural e consignado quando comparado aos outros bancos.

Além disso, o analista espera superávits no fundo de pensão Previ do BB, “que devem continuar contribuindo com o resultado”. Nesse mesmo sentido é a análise da Genial: “Os planos de benefícios definidos [na Previ] dão ao beneficiário o direito de receber um montante pré-estabelecido. Caso os rendimentos do portfólio superem os benefícios a serem pagos, o excedente circula no resultado do Banco do Brasil”.

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Itaú: crescimento de carteira

Para o Itaú, a Genial Investimentos espera um crescimento de 1,5% no lucro de um trimestre para o outro e avanço de 13,5% no lucro anual. Os analistas indicam que o crescimento na receita dos juros deverá compensar o aumento das provisões para crédito de liquidação duvidosa (PDD).

“A PDD deve continuar em patamares elevados no comparativo anual, em função da normalização da inadimplência esperada para 2022”. No mais, a boa performance do Itaú na receita de juros será puxada por:

  • crescimento de carteira;
  • melhora do mix de crédito, com maior participação de créditos com taxas mais altas;
  • reprecificação da carteira, e
  • maior remuneração do capital de giro para suportar negócio de crédito em função da elevação da Selic.

A XP Investimentos também destaca a expectativa para as receitas de serviços dos bancos, que “devem continuar se beneficiando da retomada gradual da atividade econômica e o afrouxamento das restrições relacionadas a pandemia, com destaque para adquirência compensando a queda de receita com o mercado de capitais“.

Para a Genial, as taxas de cartões devem ser puxadas pelo consumo, olhando para a contribuição que o serviço teve na receita do quarto trimestre. “No consolidado, esperamos um bom desempenho com seguros e serviços financeiros”, diz a Genial.

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Bradesco: resultado de seguros deve ser mais robusto

“A nossa expectativa para o resultado do Bradesco é mista”, escrevem Nishio e Bandiera. Segundo os analistas, o resultado de empréstimos deve apresentar um bom avanço na comparação anual, como o guidance indicava, em torno de 10%.

Na ponta negativa, as margens devem vir mais fracas, com os resultados pressionados pelo negócio da seguradora e o aumento de provisões para crédito de liquidação duvidosa. A soma desses dois deve prejudicar o avanço do lucro do banco.

“O Bradesco já vinha sinalizando a expectativa de uma receita de juros mais fraco no ano. A seguradora também deve ser impactada pela nova onda de Covid no início do ano, assim como o resultado financeiro deve vir mais fraco pela alta de juros no curto prazo“, diz o relatório da Genial.

Para os analistas, o resultado de seguros deve ser mais robusto nos demais trimestres, convergindo para a meta que o Bradesco sinaliza ao fim de 2022 – um crescimento de 20,5% no meio da faixa indicativa. A seguradora do banco corresponde a 1/3 do lucro em períodos normalizados.

Data de divulgação dos balanços

O Itaú divulga seus resultados do 1T22 em 9 de maio. O Bradesco será em 5 de maio. E o Banco do Brasil, em 11 de maio.

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Monique Lima

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