Avianca Brasil cancela 26 voos a partir de sábado

A Avianca Brasil cancelou nesta sexta-feira (12) 26 voos. Além disso, a empresa interrompeu a venda de passagens para diversos destinos.

De acordo com a Avianca Brasil, a medida é necessária para “minimizar o impacto na sua operação e dos aos seus passageiros”. Ao todo, foram cancelados 26 voos. Seis deles fazem ponte-aérea. Entre os voos cancelados, estão:

  • Seis voos que partem de Brasília (três para Congonhas, um para Guarulhos, um para o Santos Dumont – RJ e outro para Recife);
  • Cinco dos voos que partem de Congonhas (quadro deles na ponte aérea para Santos Dumont e um para Brasília);
  • Três de Guarulhos (para Navegantes-SC, Confins-MG e Fortaleza);

A Avianca afirmou que vai entrar em contato com os passageiros prejudicados para oferecer reembolsos ou opções de reacomodação.

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Matriculas de aviões da Avianca canceladas

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)  cancelou as matrículas de 10 aeronaves da Avianca. A agência informou que uma devolução ocorreu na última quinta-feira (11). O resto deverá ocorrer ao o fim de domingo, sendo três por dia. Esse foi um dos motivos para o cancelamento dos voos.

Plano de recuperação judicial

A Avianca está em recuperação judicial desde dezembro de 2018. Segundo o jornal “O Globo”, o plano entregue nesta semana à Justiça prevê que a companhia devolva 50 aviões até agosto:

  • cinco aviões em abril;
  • quatro em maio;
  • oito em junho;
  • 16 em julho;
  • e oito em agosto.

Entenda o caso

A Avianca é a quarta maior companhia aérea do Brasil e está em recuperação judicial desde 2018. O pedido foi registrado na 1ª Vara Empresarial de São Paulo em 10 de dezembro, após crescentes prejuízos e atrasos em pagamentos de arrendamento de aeronaves.

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A companhia aérea controla 13% do mercado nacional e registrou um crescimento forte nos últimos anos.

Saiba mais: Avianca pode perder aviões se não alcançar acordo 

Três empresas de leasing já pediram restituição de aviões por conta da falta de pagamento. No total, as empresas arrendaram 14 aeronaves para a companhia aérea, equivalente a 30% da frota em operação A companhia aérea tinha assegurado que nenhuma das operações seriam afetadas, mesmo com o processo de recuperação judicial. Em dezembro do ano passado a companhia aérea devolveu duas aeronaves Airbus A330 para as empresas de arrendamento.

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Por causa da falta de pagamento, os credores apresentaram recursos para a ANAC. A agência recebeu pedidos por retirar as aeronaves operadas pela empresa do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).

Saiba mais: Assembleia de credores da Avianca decide futuro da companhia aérea

Em caso de calote, as empresas donas das aeronaves podem pedir o cancelamento das matrículas dos aviões. Isso porque a falta de pagamento por parte da Avianca seria um descumprimento da Convenção da Cidade do Cabo. No começo de Janeiro, a ANAC anunciou o cancelamento de dez matrículas de aviões operados pela Avianca após pedido da GE Capital Aviation Services (Gecas), dona das aeronaves. A Gecas pedia para suspender o registro de dez aeronaves Airbus A320 usadas pela Avianca Brasil em operação de voos. A Gecas é uma empresa de leasing dona das aeronaves, com a qual a companhia aérea tinha um contrato para os 10 aviões.

Divisão dos ativos da empresa

No dia 5 de abril os credores da Avianca Brasil aprovaram o plano de recuperação judicial da companhia. Entre os presentes na assembleia, 80% concordaram com os termos.

Saiba mais: Justiça garante que empresas de leasing retomem 15 aviões da Avianca

A assembleia havia sido suspensa após discordâncias de representantes dos trabalhadores e de empresas que prestam serviços à Avianca Brasil. O grupo discordava do pagamento das dívidas da empresa.

Na proposta apresentada na assembleia, consta a divisão da empresa em sete Unidades Produtivas Isoladas (UPI). Nas UPI serão alocados os ativos da Avianca, antes de serem vendidos para pagar as dívidas da companhia aérea. O leilão das UPI deve ser realizado ainda em abril, de acordo com a companhia.

Latam, Gol e Azul na disputa

Em março deste ano, a Azul fez uma proposta para comprar parte das operações da Avianca por US$ 105 milhões, algo em torno de R$ 405 milhões.

Além disso, na última quinta-feira (3), a Latam e a Gol também concordaram em fazer uma proposta para adquirir os ativos da aérea.

Apoiando a divisão da Avianca em sete UPI as duas companhias aéreas tentariam ficar com ao menos uma das partes da Avianca, numa transação que gira em torno dos US$ 70 milhões, ou cerca de R$ 270 milhões.

No entanto, o Departamento de Estudos Econômicos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), aponta possíveis problemas caso o plano de divisão em sete partes da Avianca seja realmente realizado.

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De acordo com o Cade, caso aconteça, a operação fará tanto a Gol quanto a Latam possuir a concentração do mercado. Conforme apontou o conselho, no caso da obtenção dos ativos da Avianca por parte da Azul, o nível de preocupação concorrencial é menor.

Renan Dantas

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