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Aposentadoria: como montar uma carteira de renda variável para longo prazo?

Uma das formas de poupar dinheiro visando a aposentadoria é construir uma carteira de ativos de renda variável. Além dos recursos adquiridos por meio da valorização dos papéis, os proventos distribuídos aos acionistas também podem ajudar a complementar a renda.

No entanto, cerca de 57% dos consumidores brasileiros com mais de 60 anos não possuem qualquer tipo de reserva financeira para aposentadoria, nem por meio de uma carteira de renda variável ou com planos de previdência. O índice faz parte de uma pesquisa divulgada em junho do ano passado, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Por conta disso, o SUNO Notícias reuniu algumas dicas sobre como montar uma carteira de renda variável para longo prazo, visando a aposentadoria. Confira:

Dividendos

De acordo com o especialista de renda variável da SUNO Research, Felipe Tadewald, a melhor forma de montar uma carteira voltada para aposentadoria é focar em empresas pagadoras de dividendos.

Os dividendos consistem em uma parcela do lucro que é destinada aos sócios de uma empresa. Ou seja, os acionistas recebem uma participação no lucro apresentado pela companhia.

Embora, no Brasil, as empresas precisem distribuir um percentual obrigatório de seus lucros por lei, a porcentagem varia conforme registrado no estatuto social da empresa. Em geral, a maior parte das empresas distribui o valor mínimo de 25% do lucro líquido aos acionistas.

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Desta forma, os dividendos podem ser utilizados pelos investidores como uma forma de renda passiva destinada para aposentadoria.

“A carteira formada por bons pagadores de dividendos, composta por ativos sólidos, além de proporcionar renda passiva, injetando dinheiro na conta do investidor com frequência, ainda é menos volátil, gerando um maior conforto ao investidor naturalmente”, afirmou Tadewald.

Setores perenes

Além de focar em empresas que distribuem dividendos, Tadewald afirmou que os investidores devem procurar principalmente ações de empresas que atuam em setores perenes. Isso porque estas companhias são menos sensíveis às mudanças tecnológicas e aos ciclos econômicos.

Leia também: Planos de previdência são uma boa alternativa para aposentadoria?

Segundo o analista, os quatros setores mais recomendados para investimentos de longo prazo são:

  • Energia;
  • Saneamento;
  • Telefonia móvel;
  • Instituições financeiras.

Além de optar por setores perenes, o especialista salientou que é importante se atentar aos resultados das companhias. Assim, é necessário buscar empresas alta rentabilidade e bom histórico de resultados.

“Essas companhias tendem a gerar menos surpresas negativas para o investidor”, disse Tadewald.

Fundos imobiliários

Além de investir em ações, o especialista recomenda aplicações em bons fundos imobiliários. Isso porque, em geral, os FIIs costumam ser menos voláteis quando comparados às ações.

Ao aplicar em FIIs, os investidores fazem um aporte em imóveis já existentes ou em construção comprando uma cota e tendo assim direito a rendimentos oriundos desses ativos. Além disso, é possível investir em dívidas emitidas para financiar a construção ou a aquisição de outros imóveis.

No caso dos fundos imobiliários, os setores mais indicados por Tadewald são os shopping centers e galpões logísticos.

Além disso, os FIIs de papel, que consistem em títulos de dívida imobiliária e valores mobiliários, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI), também são indicados por conta da menor volatilidade.

Composição da carteira para aposentadoria

Por fim, para organizar uma carteira formada por ações de empresas pagadoras de dividendos e de setores perenes, além de fundos imobiliários, Tadewald indica a seguinte composição:

  • 20% em três ações do setor elétrico;
  • 15% em duas ações do setor financeiro;
  • 15% em dois fundos imobiliários de shopping;
  • 10% em dois fundos imobiliários de papel;
  • 10% em dois fundos imobiliários de logística;
  • 10% em uma ação de seguradora;
  • 10% em uma ação do setor de saneamento;
  • 5% em uma ação do setor de telefonia móvel;
  • 5% em fundos imobiliários de lajes corporativas.

“Essa carteira além de possuir uma volatilidade naturalmente menor, ainda proporciona renda para o investidor, que ele poderá usar na sua aposentadoria“, afirmou o especialista.

Giovanna Oliveira

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