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Fundos de investimento em 2021: aportes em ações caem 99% e em renda fixa sobem 58%

Fundos de investimento em ações acompanharam queda do Ibovespa, mas alta da Selic estimulou aportes em renda fixa

Fundos de investimento em ações acompanharam queda do Ibovespa, mas alta da Selic estimulou aportes em renda fixa

Os fundos de investimento tiveram captação recorde no ano de 2021, impulsionados fortemente pela alta da atratividade da renda fixa. No total, foram R$ 369 bilhões injetados em fundos ao longo do ano, segundo os dados oficiais da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Esse montante é o maior desde que a Anbima começou a série histórica de dados sobre os fundos, em 2002. Do total de aportes, foram 58% nos fundos de renda fixa, que tiveram saldo líquido de R$ 215,2 bilhões no ano de 2021.

Esse resultado, no segmento de renda fixa, também é um recorde histórico e ultrapassa a média dos últimos dez anos para a classe de investimentos.

Já os multimercados fecharam o ano no azul, mas com resultado inferior ao registrado em 2020. No acumulado, foram R$ 59,6 bilhões de captação ante R$ 104,5 bilhões em 2020.

Os fundos de ações registraram uma queda de 99% na captação, com R$ 200 milhões injetados em 2021 ante R$ 73,3 bilhões em 2020.

Por sua vez, os FIDCs, ou Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, tiveram desempenho significativo com captação líquida positiva de R$ 77,1 bilhões.

Apesar disso, 56,8% dos recursos referem-se a aportes concentrados de um único fundo da classe.

“Nos momentos em que vemos mudanças no potencial de retorno [da renda fixa] e avanço no risco, é bastante racional e compreensível que as pessoas realoquem um pouco os seus patrimônios. Eventualmente, o investidor mais alocado em ações começa a ter um pouco mais de desconforto com a volatilidade que temos visto no mercado. É normal esse freio de arrumação quando algum indicador tem um comportamento muito forte, como a gente viu o aumento da taxa de juros, no segundo semestre principalmente”, disse o diretor da Anbima, Pedro Rudge, em coletiva online.

A alta nos aportes da classe pode ser explicada, em parte, pelo ciclo altista da Selic, que ocasiona um movimento de evasão do mercado de ações e de entrada no mercado de renda fixa.

As estimativas são de que a Selic termine o ano de 2022 em 11,5%, ante 9,25% atuais, segundo a última reunião do Copom, em dezembro.

No consolidado, há R$ 6,9 trilhões em patrimônio líquido da indústria, alta de 12,7% em relação ao ano anterior, com participação de 37,1% da renda fixa.

Rentabilidade da renda fixa também foi maior

Em termos de rentabilidade, o destaque fica novamente com os fundos de renda fixa, já que o preço dos ativos teve uma alta de 11,8% no ano, ante uma queda de 10,7% nos fundos multimercado.

Na quebra por segmento de investidor, com dados registrados até novembro de 2021, o varejo apresentou captação líquida de R$ 121,1 bilhões, enquanto os institucionais e o poder público aportaram volume de R$ 66,9 bilhões cada um.

Além disso, todos os tipos de fundos de ações tiveram retornos negativos, segundo a Anbima, acompanhando a baixa de cerca de 12% do Ibovespa.

O segmento menos impactado foi o de fundos de investimento em ações no exterior, que teve rentabilidade negativa de 2,57%.

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