Americanas (AMER3): Justiça nega pedido do Safra para anular assembleia sobre recuperação judicial

O Juízo da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro indeferiu nesta segunda-feira (11) o pedido do Banco Safra para anular a assembleia geral que discutirá o plano de recuperação judicial da Americanas (AMER3).

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O Banco Safra foi o único dos bancos credores da Americanas a ficar fora de um acordo com a varejista firmado no final de novembro. Na petição, o banco denunciava cinco tentativas de fraude no acordo, conforme mostrou o Estadão/Broadcast na semana passada.

No despacho desta segunda (11), a desembargadora Leila Santos Lopes dá aval para que se proceda a convocação da assembleia geral de credores para os dias 19 de dezembro deste ano, em primeira convocação, e 22 de janeiro de 2024, em segunda convocação, com a publicação do edital de convocação nos termos da minuta ali apresentada.

Apesar de já constar nos autos, as sociedades B2W e JSM foram constituídas e utilizadas para captação de recursos no exterior, a fim de financiar as atividades da Americanas no Brasil.

Assim, as obrigações da B2W e JSM, embora contraídas no exterior, são cumpridas, única e exclusivamente, com a geração de fluxo de caixa do Grupo Americanas no Brasil, pois não há operação fora do território nacional, sendo as suas obrigações cumpridas no Brasil, com lastro exclusivo nas operações brasileiras de sua controladora, informa a Justiça.

Já a ST Importações é braço da atividade de importação do Grupo Americanas e existe em razão da sua necessidade em obter produtos importados sem deixar de focar seu negócio exclusivamente no varejo, isto é, para não ter que investir seus recursos na atividade de importação, em detrimento da sua atividade fim.

Com relação à identidade total ou parcial do quadro societário, tal requisito também se encontra preenchido no caso concreto, pois a Americanas detém a totalidade das ações e/ou quotas das demais sociedades recuperandas, a saber, B2W, JSM e ST Importações, e figuram, ainda, como administradores das quatro recuperandas, Leonardo Coelho Pereira e Camille Loyo Faria.

“Por tais fundamentos, e considerando igualmente a manifestação favorável dos administradores judiciais, cujos fundamentos me reporto, autorizo, independentemente da realização de assembleia-geral, que esta recuperação judicial tramite, não só em consolidação processual, como também em consolidação substancial”, destaca a desembargadora.

“Quanto à ausência da lista atualizada de credores, por suposta falta de consenso sobre a data a ser fixada para sujeição dos créditos à recuperação, se 12 ou 19 de janeiro de 2023, tal questão também não impede a realização da AGC”, complementa.

O que diz o Banco Safra

O Banco Safra disse na noite desta segunda-feira (11) que se mantém confiante quanto aos processos na Justiça que questionam o plano de recuperação judicial da Americanas.

“Em relação à decisão anunciada, o Safra respeita, mas mantém-se confiante quanto a outras frentes que se encontram na Justiça e que questionam as muitas ilegalidades do plano de recuperação apresentado pela Americanas”, afirmou o banco.

Americanas (AMER3) demitiu 5,5 mil funcionários na última semana

A Americanas teve 5.526 trabalhadores desligados na semana de 27 de novembro a 3 de dezembro deste ano, de acordo com um relatório divulgado na semana passada. Segundo a varejista, esses desligamentos contemplam tanto profissionais desligados quanto aqueles que pediram demissão.

A demissão voluntária, por iniciativa dos funcionários, correspondeu a 306 registros. No mesmo período, houve um total de 359 admissões.

Depois das demissões da Americanas, o número total de funcionários da companhia caiu para 33.861 funcionários sob regime de CLT na data-base de 3 de dezembro.

A companhia destaca que seu quadro de funcionários é sazonal por natureza, variando conforme oscilações do mercado de varejo e com picos nas épocas de datas comemorativas, como Páscoa, Black Friday e Natal.

“A Americanas informa que 88% dos desligamentos declarados no relatório semanal ao administrador judicial são referentes às demissões de temporários para a Black Friday. As contratações de curto prazo, como para Black Friday e Natal, são comuns na dinâmica sazonal do varejo e têm como objetivo reforçar a operação nos picos de vendas que ocorrem nas principais datas comemorativas para garantir qualidade e eficiência. A companhia acrescenta que efetivou mais de 300 temporários após o grande evento de novembro”, esclarece a empresa por nota.

O número total de lojas, em 3 de dezembro, permanecia em 1.759, correspondendo a 93,4% do período anterior ao deferimento da recuperação judicial.

Durante a semana base deste relatório, não houve nenhuma loja encerrada.

A empresa informa ainda que o total de pagamentos na semana somou R$ 438 milhões, enquanto o volume de recebimentos totalizou R$ 604 milhões.

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Seis diretores da Americanas deixam empresa

Conforme informações da coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo, após a demissão de três diretores no início da semana, a varejista desligou nesta quinta (7) mais três executivos da área comercial

Todos os três tinham mais de 15 anos na companhia:

Todos com mais de 15 anos de empresa. São eles:

  • Tiago Freire: diretor comercial responsável pela área de eletro (o que inclui produtos Samsung, Motorola e LG)
  • Andressa Borges : Responsável pelo setor de alimentos
  • Alessandra Rocha: Diretora comercial da área de brinquedo e de utilidades domésticas

As demissões na Americanas anunciadas antes dessa leva incluíram Aleksandro Pereira (Diretor comercial), Edson Shimada (Diretor de sourcing) e Eduardo Gabardo (Diretor de operações de lojas físicas).

*Com informações de Estadão Conteúdo

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Redação Suno Notícias

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