Americanas (AMER3) e outras empresas estão ‘devendo’ para a CVM; entenda

A Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), informou nesta quinta-feira (4) a relação das companhias abertas consideradas inadimplentes por não enviarem à autarquia, há no mínimo três meses, pelo menos um de três documentos periódicos. Entre elas, está a Americanas (AMER3), em recuperação judicial.

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Os documentos citados pela CVM são:

Na lista, estão incluídas oito companhias abertas que não apresentaram, até esta quinta-feira (4), esses documentos. Confira:

Denominação SocialCNPJDocumentos não entregues
Americanas S.A. – Em Recuperação Judicial  00.776.574/0001-561ª ITR/2023
2ª ITR/2023
3ª ITR/2023
Ammo Varejo S.A.03.494.776/0001-011ª ITR/2023
2ª ITR/2023
3ª ITR/2023
Auzza Securitizadora S.A. 27.956.690/0001-032ª ITR/2023
3ª ITR/2023
CIA Tecidos Norte de Minas – Coteminas  22.677.520/0001-762ª ITR/2023
3ª ITR/2023
Leads Securitizadora S.A. 21.414.457/0001-12FRE/2023
Rio Alto SLT Holding I S.A. 40.480.481/0001-021ª ITR/2023
2ª ITR/2023
3ª ITR/2023
Serra Azul Water Park S.A.   00.545.378/0001-70FRE/2023
Springs Global Participações S.A. 07.718.269/0001-572ª ITR/2023
3ª ITR/2023

No comunicado, a autarquia informou que “não fazem parte dessa lista as companhias que estejam, segundo o cadastro da CVM, em situação de falência ou liquidação, bem como as companhias que se encontram com seus registros suspensos, nos termos da Resolução CVM n° 80/22”.

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Americanas (AMER3): credores aprovam plano de recuperação judicial

A Assembleia Geral de Credores (AGC) da Americanas aprovou no último dia 19 de dezembro o plano de recuperação judicial apresentado pela companhia em 27 de novembro e costurado por vários meses com bancos, seus maiores credores.

A AGC e a votação ocorreram digitalmente. A homologação do plano deve acontecer a partir de 8 de janeiro, no retorno do recesso do Judiciário.

Credores da Americanas, das classes 1 (trabalhadores) e 4 (micro e pequenas empresas), não tomaram parte da assembleia desta tarde porque não serão afetados pelas deliberações. Os credores presentes eram classe 3 (quirografários), e o plano de recuperação judicial foi aprovado com adesão de 91,14% dos presentes (voto por cabeça) e por 97,19% dos créditos.

O trio de acionistas de referência da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – pode chegar a uma participação de 49,3% na rede de varejo após a capitalização de R$ 12 bilhões proposta no plano de recuperação judicial da empresa. Atualmente, o trio de acionistas tem fatia de 30,1%.

Os demais credores da Americanas, incluindo os bancos, como Bradesco (BBDC4), Itaú Unibanco (ITUB4), BTG Pactual (BPAC11) e Santander (SANB11), passarão a deter 48,2% da empresa, por conta da conversão da dívida em ações da varejista, em montante também de R$ 12 bilhões.

Assim, o aumento de capital total será de R$ 24 bilhões, conforme apresentado na tarde de hoje pela diretora financeira da Americanas, Camille Faria, que leu um resumo do plano de recuperação judicial. A capitalização deve reduzir a dívida da Americanas a cerca de R$ 1,9 bilhão.

No aporte, serão emitidas novas ações da Americanas, cada uma a um preço de R$ 1,30, um prêmio de 44% em relação ao preço de fechamento nesta terça-feira. O valor foi definido através de um cálculo que é parte do acordo fechado entre a empresa e os credores para que o plano de recuperação judicial fosse finalmente votado.

Os bancos credores pretendem vender suas ações à frente, a depender do desempenho dos papéis na bolsa. No plano, há uma vedação (lock-up, no jargão do mercado) de 3 anos para qualquer venda.

Com a aprovação do plano, os bancos podem dar baixa dos débitos da Americanas em seus balanços. A varejista também poderá começar o ano de 2024 com o balanço “limpo”.

A Americanas foi um dos maiores casos de fraude contábil do País, de cerca de R$ 25 bilhões, o que acabou levando a empresa a pedir recuperação judicial e um grande embate jurídico entre a empresa e bancos credores.

*Com informações de Estadão Conteúdo

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Giovanni Porfírio Jacomino

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