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Ainda vale a pena investir em FOFs? Analista comenta a oportunidades com desconto

FOFs.Foto: Pixabay

FOFs.Foto: Pixabay

Mesmo com desvalorização no mercado secundário, os fundos de fundos imobiliários (FOFs) ainda têm espaço nas carteiras dos investidores. É o que defende Leonardo Veríssimo, da Eleven Financial, que ressalta dois pontos centrais para justificar a estratégia: a possibilidade de delegar a gestão da carteira a um profissional especializado e o chamado “duplo desconto” — quando tanto o FOF quanto os fundos que compõem sua carteira são negociados abaixo do valor patrimonial.

“Às vezes o FOF está com desconto no mercado, e os FIIs dentro dele também. É um duplo desconto. Quando isso acontece, você pode comprar um portfólio com mais margem de segurança”, explica Veríssimo. Além disso, segundo ele, o FOF segue sendo uma alternativa eficiente para investidores que preferem não montar uma carteira ativa de FIIs por conta própria.

Embora a indústria de FOFs deva perder espaço para fundos com mandatos mais amplos, como os multiestratégia imobiliários, Veríssimo destaca que ambos devem continuar coexistindo. “O multiestratégia é praticamente um FOF 2.0. Ele pode ter FIIs, CRIs, imóveis, ações… o gestor tem liberdade total. Já o FOF tradicional está restrito à compra de cotas de outros FIIs. Isso significa que o FOF tem mais limitações, mas também pode ser mais fácil de entender e acompanhar”, pontua.

Uma das grandes dificuldades atuais dos FOFs é a falta de novas captações. Por estarem negociados com deságio, os gestores não conseguem fazer emissões a valor patrimonial — o que inviabiliza a expansão dos fundos. “Sem novas ofertas, o fundo encolhe. Mas, se o mercado melhorar, esses fundos têm beta mais alto e tendem a se recuperar mais rápido que o IFIX”, comenta Veríssimo.

RBR completa 10 anos de FOF com retorno acima do CDI e IFIX

Um exemplo de resiliência e consistência no segmento é a estratégia multiestratégia da RBR, que completou 10 anos em junho de 2025.

No período, a Carteira Base — que orienta os fundos da casa — entregou retornos anualizados de 6,94% (IFIX) e 6,79% (CDI), com gestão ativa e foco em fundamentos.

O fundo RBRF11, por exemplo, atua como FII multiestratégia e tem liberdade para investir em ações do setor imobiliário, CRIs, imóveis físicos e outros instrumentos. Em maio, a gestora reforçou a liquidez do fundo, aumentando o caixa de 7,3% para 10,9%, por meio da venda de cerca de R$ 40 milhões em ativos — incluindo fundos de lajes corporativas e crédito.

Com os recursos, o RBRF11 investiu em um CRI logístico com retorno de IPCA + 11,90% ao ano e em uma operação de mezanino no projeto Kalea Jardins, com retorno mínimo de IPCA + 14,5%.

No portfólio da gestora, também tem RBRX11 que se destaca pela flexibilidade: além de investir em cotas de FIIs, o fundo pode adquirir imóveis diretamente, comprar ações de empresas do setor imobiliário e participar de estruturas de crédito mais sofisticadas, como operações de mezanino.

O que são Fundos de Fundos (FOFs)?

Os Fundos de Fundos, também chamados pela sigla FOFs (do inglês Funds of Funds), são veículos de investimento que aplicam seus recursos majoritariamente em cotas de outros fundos. Essa estrutura torna o FOF uma alternativa prática para quem busca diversificação automática, independentemente do nível de experiência como investidor.

Uma das principais vantagens dos FOFs está na gestão profissional, responsável por definir a composição da carteira e a estratégia de alocação. Isso significa que o investidor não precisa escolher os fundos individualmente — essa tarefa fica a cargo de especialistas do mercado.

Com uma carteira normalmente bem diversificada e acesso a diferentes estratégias e setores, os FOFs podem ser uma boa escolha tanto para quem está começando quanto para investidores mais experientes que buscam complementar sua alocação de maneira eficiente.

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