Ações da Nike sofrem com controvérsia ao redor de nova campanha publicitária

Ontem, terça-feira, as ações da Nike na bolsa norte-americana (NYSE: NKE) fecharam com forte queda de 3,16%. Hoje, elas operam em leve recuperação de 0,3%.

A explicação é a controvérsia gerada pela última campanha de publicidade da marca, em comemoração aos 30 anos do famoso slogan “Just Do It”.  Para estampar a campanha, a empresa de artigos esportivos utilizou a foto de Colin Kaepernick, quarterback de futebol americano. A imagem do rosto do jogador vem acompanhada da mensagem “Acredite em algo. Mesmo que signifique sacrificar tudo.”

Colin Kaepernick está sem time desde 2016, quando causou furor nos EUA ao se ajoelhar durante o hino nacional antes dos jogos, em protesto ao racismo e à violência policial contra negros no país. A questão rapidamente tornou-se um ponto de disputa política, levando conservadores e políticos do Partido Republicano como o presidente americano Donald Trump a se pronunciar com críticas duras ao jogador. Trump chegou a sugerir que donos de equipes de futebol americano removessem jogadores que protestassem de campo.

A campanha da Nike levou alguns a clamarem por um boicote da marca, até mesmo publicando vídeos destruindo artigos esportivos da empresa. Do outro lado da disputa, consumidores simpatizantes ao atleta e sua causa postaram fotos de notas fiscais de produtos da Nike que haviam acabado de comprar.

A Nike não pediu desculpas pela campanha, afirmando acreditar na mensagem que está passando. “Acreditamos que Colin é um dos atletas mais inspiradores de sua geração, que alavancou o poder do esporte para ajudar o mundo a evoluir. Queríamos energizar seu significado e introduzir o ‘Just do It’ em uma nova geração de atletas”, afirmou Gino Fisanotti, executivo da Nike, em entrevista à ESPN.

 

Daniel Quandt

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