Pão de Açúcar (PCAR3) e Via (VIIA3) tombam mais de 40%; veja as ações que mais caíram em agosto
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa de Valores brasileira, terminou o mês de agosto em queda de 5,09%, aos 115.741,81 pontos. A máxima do mês foi de 122.619,14 pontos, enquanto a mínima ficou nos 114.066,51 pontos.
O Ibovespa encerrou uma sequência de quatro altas mensais consecutivas e, até o fechamento de agosto, acumulava alta de 5,47% no ano. Os destaques negativos tiveram protagonismo durante o mês – poucas ações tiveram altas relevantes nesse período.
Em agosto ocorreu o primeiro corte desde agosto de 2022 na Selic, realizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A taxa básica de juros brasileira, que permanecia estável por 1 ano, passou de 13,75% para 13,25% ao ano.
Além disso, uma combinação de fatores no mercado internacional acabou afetando mercados emergentes, como a própria Bolsa de Valores brasileira (B3). Um deles foi o aumento das expectativas de alta dos juros dos EUA, enquanto o outro se refere a uma recuperação mais fraca da economia chinesa.
Durante o mês de agosto, o Ibovespa chegou a registrar 13 quedas diárias seguidas, o que representou a pior sequência do índice em sua história.
Apesar de um mês bastante negativo para muitas ações, algumas delas tiveram quedas mais relevantes do que as demais. As 5 maiores quedas do Ibovespa em agosto foram:
- Pão de Açúcar (PCAR3): -42,39%
- Via (VIIA3): -41,20%
- Grupo Soma (SOMA3): -33,36%
- Méliuz (CASH3): -32,33%
- Gol (GOLL4): -27,00%
Pão de Açúcar (PCAR3)
As ações do Pão de Açúcar tombaram 42,39% no mês de agosto, com os investidores repercutindo a cisão do Grupo Éxito (EXCO32), gerando receios sobre a estruturação da empresa. No dia em que a operação foi divulgada, os papéis do GPA chegaram a cair 19,39%.
A Genial Investimentos enxerga a cisão como algo positivo para o Pão de Açúcar, já que poderia destravar retorno posteriormente. Por outro lado, o BTG Pactual rebaixou sua recomendação para ações de compra para neutra, em meio às expectativas de continuidade das operações mais fracas no Brasil.
Via (VIIA3)
As ações da Via tiveram perdas de 41,20% em agosto. O mês terminou com especulações de um possível aumento de capital da empresa, mas alguns fatores pioraram o cenário que já era negativo para a Via, como um contexto macroeconômico desfavorável e alavancagem alta.
No mês de agosto, a Via divulgou seus resultados do 2T23, reportando um prejuízo de R$ 492 milhões. As perdas foram maiores que o esperado pelo consenso Refinitiv, que projetava um prejuízo de R$ 432 milhões.
Grupo Soma (SOMA3)
As ações do Grupo Soma caíram mais de 33%, em um mês marcado por um cenário negativo para as empresas de varejo. Além disso, os resultados do 2T23 da companhia acabaram não agradando os investidores.
O lucro líquido ajustado do Grupo Soma no 2T23 foi de R$ 102,1 milhões, com uma baixa de 21,9% quando comparado ao mesmo período de 2022, que fora de R$ 130,8 milhões. A queda do resultado, segundo a própria empresa, se deu pelo volume mais elevado de depreciação vinda de investimentos feitos no passado.
Méliuz (CASH3)
As ações do Méliuz tiveram queda de 32,33%, em meio à divulgação dos resultados do 2T23, com um prejuízo de R$ 6,3 milhões, cerca de 73% menor que no mesmo período de 2022, o que foi visto como levemente negativo pelo Itaú BBA.
Outro tema que repercutiu entre os investidores foram as prévias da carteira do Ibovespa, que apontavam a saída do Méliuz do índice de ações. A nova carteira do Ibovespa confirmou a retirada da empresa, com a composição que vai vigorar entre setembro e dezembro de 2023.
Gol (GOLL4)
As ações da Gol registraram forte baixa de 27%, em meio a uma nova emissão de até 1,891 bilhão de bônus de subscrição, além do avanço na cotação do dólar durante o mês de agosto.
Após a divulgação desses bônus, que pode gerar um aumento de capital da Gol, mas uma diluição na participação dos investidores, o banco Citi rebaixou a recomendação das ações de compra para neutra.
