BRB (BSLI3) troca comando em meio à maior pressão institucional do ano

Banco de Brasília (BRB; BSLI3) anunciou nesta quarta-feira (19) a troca imediata de sua presidência. Em Fato Relevante, a instituição informou que Nelson Antônio de Souza foi indicado para assumir o comando do banco, acumulando também a Diretoria Executiva de Finanças, Controladoria e Relações com Investidores — movimento que reforça o caráter emergencial da mudança.

O comunicado confirma ainda a destituição, com efeito imediato, do então presidente Paulo Henrique Bezerra Rodrigues Costa e do diretor executivo Dario Oswaldo Garcia Júnior.

A decisão acontece apenas um dia após medidas judiciais relacionadas à Operação Compliance Zero, que afastaram temporariamente os dois executivos.

Substituição emergencial no BRB

Segundo o documento divulgado ao mercado, o acionista controlador indicou Nelson Antônio de Souza para ocupar não só a presidência, mas também uma cadeira no Conselho de Administração. A eleição ainda depende da aprovação da Câmara Legislativa do Distrito Federal e do Banco Central.

O BRB reforçou, no texto, seu compromisso com “responsabilidade, ética e transparência”, buscando acalmar investidores em um momento de pressão pública.

A troca ocorre no momento mais tenso do banco em 2025.
Nos últimos dois dias:

  • decisões judiciais afastaram a antiga cúpula do BRB no contexto da Operação Compliance Zero;
  • o BRB anunciou que contratará auditoria externa independente para revisar operações relacionadas ao Banco Master;
  • houve retificação de um bloqueio judicial bilionário, esclarecendo que o BRB não está incluído na medida;
  • o governo do DF alterou sua indicação e passou a apoiar o nome de Nelson Antônio de Souza.

Esse conjunto de fatores ampliou a preocupação do mercado sobre governança e riscos operacionais para o BRB (BSLI3).

Impactos para o acionista de BSLI3

Para quem acompanha o papel BSLI3, os principais pontos de atenção são:

  • Risco reputacional: investigações expõem fragilidades de processos internos.
  • Governança: acúmulo de funções sinaliza esforço de reorganização interna.
  • Supervisão regulatória: o Banco Central deve acompanhar de perto o caso.
  • Incerteza de curto prazo: investidores aguardam os resultados da auditoria independente.

Apesar disso, o BRB afirma que suas operações seguem normais e que todas as práticas estão em conformidade regulatória.

A chegada de Nelson Antônio de Souza pode marcar o início de uma reestruturação mais profunda no banco. O desafio será fortalecer controles, reforçar governança e recuperar credibilidade junto a clientes, mercado e reguladores.

Para o investidor, o Fato Relevante representa mais do que a troca de comando: é o marco de uma tentativa de estabilizar o BRB (BSLI3) em meio ao maior choque institucional recente da instituição.

Maíra Telles

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