CPLE6 acende alerta positivo e desafia volatilidade em trimestre decisivo

Num trimestre marcado por ruídos macroeconômicos e pressão sobre o setor elétrico, a Copel (CPLE6) surpreendeu o mercado com um balanço que mistura crescimento operacional, impacto financeiro expressivo e movimentos estratégicos que mexem diretamente com o futuro do ticker. A empresa mostrou força onde o investidor mais cobra — geração de caixa, EBITDA recorrente e avanço na conversão ao Novo Mercado — mas também expôs fragilidades, especialmente no resultado financeiro.

Ebitda forte, lucro pressionado e leituras distintas do mercado

O 3T25 foi operacionalmente consistente. A Copel registrou EBITDA recorrente de R$ 1,337 bilhão, alta de 7,8%sobre o 3T24, impulsionada por Geração e Transmissão (GeT) e pela performance sólida da Distribuição. No press release, a empresa destacou: “Esse resultado reflete a capacidade da companhia de gerar valor de forma consistente, apoiada na solidez de seus ativos e na execução eficiente de sua estratégia operacional e comercial”.

O BTG Pactual reforçou o tom positivo: “Copel reportou sólidos números no 3T. Clean EBITDA de R$ 1.337 bi compara-se ao nosso R$ 1.296 bi, uma surpresa de 3%” .

A distribuição superou expectativas do banco, entregando R$ 651 milhões, acima dos R$ 578 milhões projetados, com destaque para Opex e perdas em trajetória considerada “decente”.

Em contrapartida, o lucro líquido recorrente caiu para R$ 374,8 milhões, retração de 36,5% ano contra ano. A empresa reconheceu a pressão: “O resultado financeiro foi negativo em R$ 442,5 milhões, ante R$ 222,4 milhões negativos no 3T24”.

Conversão ao Novo Mercado impulsiona expectativas no papel (CPLE6)

O grande catalisador para o investidor no curto prazo não é operacional, mas societário: a adesão da Copel ao Novo Mercado, etapa considerada crítica para liquidez e governança de CPLE6. O BTG sintetiza o movimento: “Copel está nos passos finais de conversão para o Novo Mercado, um movimento que deve ser bastante útil para a liquidez da ação” Copel.

A própria Copel confirma a agenda: “A Assembleia Geral Especial de Preferencialistas está prevista para 17.11.2025 para ratificação da conversão mandatória da totalidade das ações preferenciais. A discussão sobre dividendos também entrou no radar. O banco avalia que investidores especulam sobre possível antecipação em razão das mudanças no regime tributário.

Endividamento maior, mas ainda dentro do plano estratégico

A dívida líquida ajustada atingiu R$ 16,56 bilhões, elevando a alavancagem para 3,0x EBITDA. A Copel pondera que o indicador cairia para 2,8x sem o efeito da aquisição da UHE Baixo Iguaçu — movimento já esperado pelo mercado. “O indicador permanece dentro dos parâmetros definidos pela estrutura ótima de capital”, diz a empresa Press%20Release%203T25.

O BTG manteve recomendação de compra (Buy) para CPLE6 e preço-alvo de R$ 14,00, mesmo destacando os desafios do endividamento mais robusto.

Maíra Telles

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