Saiba por que as ações do Assaí (ASAI3) estão despencando 5%
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As ações do Assaí (ASAI3) aparecem entre as maiores quedas do Ibovespa nesta quinta-feira (25), com uma variação negativa de mais de 5% no início desta tarde. O movimento ocorre em meio à repercussão de uma disputa judicial envolvendo a companhia e o Grupo Pão de Açúcar (GPA) (PCAR4), antigo sócio controlador.

Por volta das 13h, os papéis eram negociados a R$ 9,17, em baixa de 5,37%. Neste horário, o Assaí ocupava o posto de segunda maior queda do Ibovespa, atrás apenas dos papéis da Azul (AZUL4), que caem cerca de 6%.
A baixa dos papéis acontece após o Assaí anunciar que entrou com uma medida cautelar para se proteger de eventuais efeitos da saída do Casino, ex-controlador do GPA, e para evitar assumir passivos tributários que, segundo a empresa, não são de sua responsabilidade.
Entenda a briga judicial entre Assaí (ASAI3) e GPA (PCAR4)
O Assaí (ASAI3) informou ao mercado que pediu à Justiça o bloqueio das ações do GPA detidas pelo Casino, ou, alternativamente, que seja exigido um depósito judicial. O objetivo é garantir que o grupo francês arque com dívidas tributárias cobradas pela Receita Federal e pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
Essas cobranças estão relacionadas a contingências do GPA, estimadas em cerca de R$ 36 milhões, e que ainda estão em discussão. Segundo o Assaí, a cisão concluída em dezembro de 2020 definiu que cada companhia é responsável apenas por seus próprios passivos, afastando a possibilidade de solidariedade.
Além do bloqueio, o pedido inclui a exigência de que o GPA ofereça garantias suficientes para assegurar que o Assaí não seja impactado por dívidas anteriores à separação entre as empresas.
De acordo com o Itaú BBA, o fato de a Receita Federal avançar com os procedimentos para responsabilizar a companhia é justamente o que aumenta a percepção de risco do mercado.
Em 2024, o Assaí (ASAI3) já havia sido alvo de um arrolamento de R$ 1,265 bilhão, posteriormente cancelado pela Receita após o GPA assumir formalmente as responsabilidades. No entanto, a possibilidade de novos questionamentos traz riscos extras.