FIIs oferecem renda mensal e novas fontes de ganhos com valorização imobiliária

O crescimento da indústria de fundos imobiliários (FIIs) no Brasil vem consolidando essa classe de ativos como alternativa cada vez mais relevante para o investidor que busca renda mensal. De acordo com Gustavo Ausdorian, gestor do GARE11, a expansão do número de cotistas ocorre de forma consistente, independentemente do cenário de juros.

Segundo ele, o mercado de capitais e o setor imobiliário se desenvolvem rapidamente, e a renda dos fundos já não se limita apenas aos aluguéis. Há casos em que imóveis valorizados permitem ganhos adicionais com incorporações ou vendas.

“Fundos que eram apenas de renda acabam, ao longo do tempo, encontrando novas fontes de resultado, como o desenvolvimento de terrenos ou a venda de ativos valorizados”, explica Ausdorian.

Esse movimento reflete a maturidade crescente dos FIIs. Com o avanço das cidades e a valorização de regiões específicas, ativos antes voltados exclusivamente à renda podem gerar ganhos expressivos. A gestão profissional, nesse sentido, passa a desempenhar papel crucial ao identificar oportunidades de agregar valor.

Esta matéria faz parte da Semana da Renda Mensal, organizada pela Suno e com apoio da Suno Asset, Bocaina Capital e Guardian Gestora. Grandes gestores do mercado explicam como ganhar renda mensal por meio de FIIs, Fiagros e FI-Infra.

FIIs: gestão ativa e porte da gestora

Outro ponto destacado por Ausdorian é a importância do porte da gestora. Estruturas maiores contam com equipes multidisciplinares — engenheiros, advogados, analistas de crédito — capazes de monitorar riscos, avaliar viabilidade de projetos e explorar novas formas de rentabilizar os imóveis.

“Uma gestora com escala consegue contratar consultores, corretores e prestadores de serviço qualificados para potencializar o desempenho dos ativos”, afirma. Isso permite não apenas mitigar riscos, mas também desenvolver projetos ou negociar diretamente com incorporadoras, extraindo valor adicional dos imóveis.

Além do time robusto, o histórico de gestão ativa também deve ser observado. Embora resultados passados não garantam retornos futuros, fundos que já demonstraram capacidade de comprar, desenvolver e vender imóveis tendem a manter essa estratégia ao longo do tempo.

A renda realmente passiva

Um dos atrativos dos FIIs é a chamada renda passiva. Diferentemente da posse direta de imóveis, em que o proprietário precisa lidar com burocracias, reparos e eventuais problemas com inquilinos, o fundo conta com uma equipe profissional para administrar o patrimônio.

“Às vezes, chamam de renda passiva o aluguel de um imóvel próprio, mas isso exige dedicação e gera trabalho. Nos fundos imobiliários, há um time especializado cuidando da gestão, o que torna a experiência muito mais próxima da renda passiva”, observa Ausdorian.

Embora o investidor precise acompanhar relatórios e decisões de gestão, a escala dos FIIs proporciona um modelo profissionalizado, com decisões tomadas diariamente por equipes experientes. No caso de grandes fundos, essas escolhas afetam centenas de milhares de cotistas, o que exige consistência e responsabilidade ao longo do tempo.

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Vinícius Alves

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