A valorização do real é ruim para a Klabin (KLBN11)? Veja impactos

A Klabin (KLBN11) tem sido impactada negativamente pela valorização do real em 2025. Segundo relatório divulgado pelo BTG Pactual nesta terça-feira (23), a moeda brasileira mais forte tem pressionado as ações da companhia neste ano. O dólar já acumula queda de mais de 13% diante do real no período.

O banco destaca que esse movimento cambial se soma à queda nos preços da celulose e a desafios de custos, reduzindo a atratividade do papel no curto prazo. As ações da Klabin acumulam queda de quase 20% em 2025, refletindo o cenário mais adverso para o setor.

“Boa parte da correção pode ser atribuída a um real muito mais forte (14% de valorização no ano), queda de 6% nos preços da celulose e menores necessidades de hedge por parte de alguns gestores de portfólio”, diz o BTG. Ainda assim, a instituição ressalta que os problemas adicionais são relativamente pequenos e de caráter transitório.

Como a valorização do real impacta a Klabin?

O relatório explica que a companhia vinha projetando custos totais de caixa por tonelada entre R$ 3,1 mil e R$ 3,2 mil em 2025. Essa projeção, feita em dezembro de 2024, considerava o dólar acima de R$ 6. Agora, com a cotação bem abaixo do estimado, a empresa enfrenta dificuldades para manter sua orientação de custos.

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Segundo o BTG, a valorização do real é um dos fatores que afetam diretamente as margens, já que a receita em dólares perde competitividade. Além disso, a companhia também tem lidado com custos maiores de insumos químicos e madeira, além de pressões logísticas.

BTG vê potencial de alta para KLBN11

Apesar da pressão no curto prazo, o BTG manteve a recomendação de compra para os papéis da Klabin, com preço-alvo KLBN11 de R$ 24,00, o que representa um potencial de valorização superior a 30% em relação à cotação atual, na casa dos R$ 18.

O relatório pondera que, embora faltem catalisadores de curto prazo, a tese de valor de longo prazo segue de pé.

“Ainda vemos um upside decente baseado no DCF normalizado (>30%) e mantivemos nossa recomendação inalterada”, afirmou o banco.

Para os analistas, parte relevante dos riscos já foi precificada, incluindo a valorização do real e as pressões de custos. O BTG também cita que prefere outras empresas do setor no momento, como Suzano (SUZB3), Gerdau (GGBR4) e Aura (AURA33), mas mantém confiança na tese estrutural da Klabin (KLBN11).

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Giovanna Oliveira

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