IPCA-15 cai 0,14% em agosto, mas número vem pior que o esperado
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Em agosto, a prévia da inflação (IPCA-15) recuou 0,14%, pressionada pela queda na conta de luz, nos alimentos e no preço da gasolina, aliviando o custo de vida das famílias. O dado foi divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (26). Mesmo com deflação, o mercado esperava um número ainda menor neste mês.

De acordo com Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, a projeção da gestora era uma deflação de 0,25%, configurando “um número pior do que o esperado, principalmente na sua composição”.
Os números de serviços subjacentes registraram alta de 0,55% contra a 0,44% projetado, e os bens industriais subjacentes registraram alta de 0,40% contra a 0,20% projetado.
O economista acredita que o processo de desinflação segue em curso, “apesar de alguma oscilação na margem por alguns itens mais pontuais”. Mesmo assim, a gestora segue com projeção para a inflação fechar o ano em 4,60% para 2025, e 4% redondo em 2026.
IPCA-15 mais baixo em agosto; veja os detalhes
Em julho, o IPCA-15 havia sido de 0,33%. O resultado de agosto é o menor desde setembro de 2022 (-0,37%) e marca a primeira deflação desde julho de 2023 (-0,07%). Em igual mês do ano passado, o índice foi de 0,19%.
Com esse resultado, o IPCA-15 acumulado em 12 meses caiu para 4,95% (era 5,30% em julho). A meta oficial do governo é 3% ao ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual — ou seja, o teto aceitável é 4,5%.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, quatro registraram deflação em agosto. O grupo habitação se destacou, com queda de 1,13% e impacto negativo de -0,17 ponto percentual, sendo o que mais puxou o índice para baixo.
O principal responsável foi a tarifa de eletricidade residencial, que caiu 4,93% — o item que mais pressionou o IPCA-15, com impacto de -0,20 p.p.
Essa baixa decorre do chamado Bônus de Itaipu, um desconto concedido na conta de luz que beneficiou cerca de 80,8 milhões de consumidores e compensou a aplicação da bandeira tarifária vermelha 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh.
O IPCA-15 usa metodologia parecida com a do IPCA, a inflação oficial que orienta a política de metas. A diferença está no período de coleta (o IPCA-15 é uma prévia, com levantamento antes do fim do mês). Nesta divulgação, os preços foram coletados entre 16 de julho e 14 de agosto.