IPCA de julho acelera para 0,33%, surpreendendo o mercado e impactando as projeções

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, registrou uma alta de 0,33% em julho, superando a expectativa de 0,30% do mercado.

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Esse aumento tem implicações diretas para as projeções econômicas, especialmente para os investidores que acompanham de perto os sinais da economia. O número é um indicativo de que a pressão inflacionária pode continuar, influenciando as decisões do Banco Central sobre a Selic.

Energia elétrica e serviços impulsionam a inflação e elevam as projeções para o ano

Entre os principais fatores que explicam a aceleração do IPCA-15 estão o aumento da energia elétrica residencial e os serviços, especialmente as passagens aéreas. O grupo de Habitação subiu 0,98%, com destaque para o aumento de 3,01% na energia elétrica, o que representou uma contribuição de 0,12 ponto percentual para o índice. O impacto da bandeira tarifária vermelha (patamar 1) nas contas de luz deve continuar a pressionar a inflação no curto prazo.

Além disso, o grupo de Transportes teve uma alta de 0,67%, sendo as passagens aéreas o principal responsável por essa variação, com um aumento expressivo de 19,86%, impulsionado pela sazonalidade das férias e eventos regionais. Este aumento também é importante para os investidores, pois indica que os custos dos serviços e bens essenciais devem continuar a pressionar a inflação nos próximos meses.

O analista do Banco Daycoval afirmou que “apesar da alta levemente acima do esperado, nossa expectativa é que a taxa de inflação termine o ano em 5,1%, com viés de baixa”. Ele acrescentou que, em resposta a esses números, o Banco Central deve manter a taxa Selic em 15% até o final de 2025, com o objetivo de conter a inflação.

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Perspectivas para o futuro da inflação e o impacto nos investimentos

Com a inflação de julho registrando uma alta acumulada de 5,30% nos últimos 12 meses, os investidores precisam observar atentamente a evolução dos preços no segundo semestre de 2025. Apesar do alívio nas categorias de alimentos, como arroz e carnes, a pressão de preços administrados e de serviços deve continuar a moldar a trajetória da inflação. O comportamento desses indicadores será crucial para a tomada de decisões sobre a política monetária e as expectativas de crescimento econômico.

Com a perspectiva de inflação mais alta do que o esperado, os investidores devem se preparar para possíveis ajustes no mercado, principalmente em ativos atrelados à taxa de juros.

O IPCA de julho é um alerta para o risco inflacionário e para a necessidade de monitorar de perto as próximas ações do Banco Central, que pode manter a Selic elevada por mais tempo.

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Maíra Telles

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