Lava Jato: PF investiga repasses da Oi para empresa de filho de Lula

A Polícia Federal (PF) cumpre 47 mandados de busca e apreensão na 69ª fase da Operação Lava Jato. Esta fase tem como objetivo investigar repasses do grupo Oi/Telemar para uma empresa de Fábio Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

A ação da PF é denominada “Mapa da Mina” e é uma continuação da 24ª etapa da Lava Jato, na qual o ex-presidente Lula depôs. A defesa do ex-presidente negou que o político tinha algum envolvimento com esse tipo de irregularidade.

De acordo com as investigações, os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro eram feitos por meio de contratos com as operadoras de telefonia atuantes no Brasil e no exterior.

As apurações da PF mostram que os pagamentos feitos entre o ano de 2004 e o de 2016, no montante de cerca de R$ 132 milhões, para o grupo Gamecorp/Gol (do filho de Lula), foram realizados sem nenhuma justificativa econômica aceitável.

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“Provas documentais colhidas, como contratos e notas fiscais, além de dados extraídos a partir do afastamento dos sigilos bancário e fiscal dos investigados, indicam que as empresas do grupo Oi/Telemar investiram e contrataram o grupo Gamecorp/Gol sem a cotação de preços com outros fornecedores, fizeram pagamentos acima dos valores contratados e praticados no mercado, assim como realizaram pagamentos por serviços não executados”, disse em nota a Polícia Federal.

Oi foi beneficiada pelo Governo

A operadora Oi foi beneficiada pelo Governo Federal em algumas decisões políticas do setor de telecomunicações. Na época, o presidente do Brasil era Luiz Inácio Lula da Silva, pai de Fábio Luis Lula da Silva (controlador da Gamecorp/Gol) que recebeu repasses milionários da operadora. As informações são da Polícia Federal.

Após contato do Suno Notícias com a assessoria da Oi, a empresa afirmou que outras operadoras estão envolvidas no caso.

Posicionamento da Oi sobre o caso

“No âmbito de investigações já concluídas ou em curso por diferentes autoridades, a companhia tem participado de forma colaborativa, com o envio de todas as informações solicitadas. A gestão da companhia reitera que não compactua com nenhuma irregularidade e não tem medido esforços para assegurar que quaisquer ações que eventualmente possam ter prejudicado a companhia sejam integralmente apuradas”.

“Sob o ponto de vista da companhia, é importante ressaltar que os episódios até agora mencionados nas investigações não representaram de fato nenhum benefício ou favorecimento a seus negócios. Ao contrário, a companhia, ao protocolar sua petição com pedido de recuperação judicial, elencou alguns desses episódios – a exemplo da fusão com a Brasil Telecom e operações societárias com a Portugal Telecom – como componentes que levaram à crise de liquidez que justificou esse pedido”.

Juliano Passaro

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