Ibovespa: por que Taesa (TAEE11) e Cyrela (CYRE3) caíram junto com elétricas e construtoras?
A ação da Cyrela (CYRE3) e a unit da Taesa (TAEE11) despencaram nesta quinta-feira (26), azedando o Ibovespa. A queda ocorreu em meio a preocupações com a crise hídrica e inflação.
A Cyrela liderou as maiores baixas do Ibovespa hoje ao desvalorizar 5,94%, para R$ 19,94. Outras construtoras, como MRV (MRVE3) e Eztec (EZTC3), caíram perto dos 4%.
O mercado digeriu a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que registrou alta de 0,89%, acima da expectativa do mercado. A energia elétrica representou um impacto relevante sobre o indicador e pode afetá-lo ainda mais, caso a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reajuste novamente a bandeira vermelha 2.
“A quinta-feira foi marcada pela absorção da crise hídrica e do impacto na inflação,” destacou a equipe de Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos. “Esse fato fez com que os juros curtos avançassem.”
O temor também chegou às ações de elétricas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). A Taesa apresentou um tombo de 3,71%, atingindo R$ 38,14, ao passo que Eletrobras (ELET3) e Equatorial (EQTL3) recuaram 0,61% e 1,17%, respectivamente.
Siderúrgicas e empresas de shoppings caem em bloco
No mesmo sentido das construtoras, as administradoras de shoppings listadas na Bolsa brasileira sofreram com um cenário de possível alta da taxa básica de juros (Selic). Os papéis de brMalls (BRML3) e Multiplan tiveram desvalorizações de 3,50% e 3,35%, respectivamente. Já a Iguatemi (IGTA3) teve uma forte baixa de 5,28%, a terceira maior do Ibovespa nesta quinta.
Siderúrgicas, por outro lado, registraram um movimento de realização, apesar da alta de 2,87% do minério de ferro, cotado a US$ 152,92 a tonelada, em Qingdao. A ação da Usiminas (USIM5) recuou 3,46%, enquanto CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) perderam 3,02% e 3,10%.
No ramo de mineração, a Vale (VALE3) caiu 1,28% e a Bradespar (BRAP4), 1,34%. A CSN Mineração (CMIN3), fora do índice acionário, recuou 3,29%.
Ibovespa tem maior queda diária do mês, influenciada por fatores externos
Num dia de tensões no mercado externo, a bolsa de valores caiu após dois dias seguidos de alta e teve a maior queda diária do mês.
O índice Ibovespa, da B3, a bolsa de valores brasileira, fechou esta quinta-feira (26) aos 118.724 pontos, com recuo de 1,73%. Com o desempenho de hoje, o indicador passa a acumular perda de 3,08% em agosto.
Após vários dias de trégua, o mercado internacional teve um dia tenso em meio às expectativas em relação ao pronunciamento do presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), Jerome Powell. As bolsas norte-americanas fecharam em baixa após vários recordes seguidos nas últimas sessões.
Amanhã (27), Powell discursará num simpósio do Fed e dará sinais se o órgão pretende antecipar a retirada dos estímulos monetários – juros no menor nível da história e compra de títulos – concedidos durante a pandemia de covid-19. Juros mais baixos em economias avançadas beneficiam países emergentes como o Brasil, porque atraem capitais estrangeiros para economias com juros mais altos.
Paralelamente, o recuo no preço de algumas commodities (bens primários com cotação internacional) influenciou o mercado em países exportadores de bens agrícolas e minerais. O aumento nos casos de covid-19 decorrentes da variante delta do novo coronavírus e a regularização do fornecimento no México fizeram os preços internacionais do petróleo do tipo Brent cair 1,6%.
Cotação do Ibovespa nesta quinta (26)
O Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, encerrou o pregão desta quinta-feira em baixa de 1,73%, a 118.723,97 pontos.
*com informações da Reuters e Estadão Conteúdo