Com pressão de caminhoneiros, Petrobras (PETR4) sobe preço de gasolina mas mantém do diesel

O preço médio do litro da gasolina vendida pela Petrobras (PETR4) em suas refinarias ficará 7,6% mais caro a partir desta terça, indo de R$ 1,84 para R$ 1,98. É o primeiro aumento do valor do combustível no ano. O preço do diesel, entretanto, ficou inalterado.

 

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Em nota ao jornal Estadão, a companhia afirma que o preço que cobra pela gasolina leva em conta a paridade de importação e, por isso, acompanha as variações da cotação do produto no mercado internacional e da taxa de câmbio. No dia 29 de dezembro de 2020, data da última mudança, o dólar estava a R$ 5,21. No pregão de ontem, a moeda americana valia R$ 5,30.

Apesar do aumento do preço da gasolina, a Petrobras vem sido criticada por concorrentes do mercado de combustíveis no Brasil. Segundo as empresas, a estatal vem praticando valores abaixo da paridade internacional e impedindo uma competição justa no mercado interno. A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis, a Abicom, recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade, sobre o assunto.

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A Petrobras, em resposta, defende que pratica a política de paridade e que o preço da gasolina vendida nos postos diferem do valor cobrado em refinarias por conta de fatores como tributos, custos de aquisição e misturas obrigatórias feitas pelas distribuidoras. Além disso, há as margens de lucro de distribuidoras e de postos.

Petrobras defende preço do diesel após insatisfação de caminhoneiros

Enquanto é criticada por estabelecer preços anticompetitivos com a gasolina de um lado, a Petrobras é criticada, de outro, pelo fato de o preço do diesel supostamente estar caro demais.

Caminhoneiros vem pressionando o Governo Federal sobre o alto preço do produto, que estaria, segundo as associações, reduzindo a margem de lucro da categoria. Apesar do aumento de preço da gasolina, a estatal deixou o preço do diesel inalterado.

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Por conta da pressão, a Petrobras defendeu ontem em uma coluna em seu site sua política de preços quanto ao combustível para veículos pesados. “Em janeiro, o preço do diesel na bomba era 27,4% inferior à média mundial”, diz a companhia.

Segundo a petroleira, sua parte no preço do diesel corresponde a 48% do valor total nos postos de abastecimento. Distribuição e revenda são responsáveis por 15%, preço do biodiesel por 14% e impostos por 23%.

A estatal defende que é necessário seguir as cotações internacionais do diesel e de outros combustíveis, uma vez que as refinarias brasileiras não atendem todo o mercado, sendo necessário importar o produto.

“O comportamento de preço do diesel não é diferente de outras commodities negociadas no mundo. Quando o preço da carne ou da soja sobe no exterior, pagamos mais por estes itens no supermercado. É a lógica de um mercado mundial integrado”, afirma a Petrobras.

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Vitor Azevedo

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