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    FIP (Fundo de Investimento em Participações): saiba o que é

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    O Fundo de Investimento em Participações (FIP) é o principal veículo de Private Equity no Brasil — uma estrutura que permite a investidores se tornarem sócios de empresas, geralmente de capital fechado, com foco em valorização de longo prazo.

    Em 2025, os FIPs ganharam um papel central no planejamento patrimonial e sucessório de investidores qualificados. Após a Lei 14.754, que instituiu o Come-Cotas para a maioria dos fundos fechados, o FIP se tornou uma exceção estratégica, mantendo benefícios fiscais que o colocam como uma das estruturas mais eficientes para multiplicar patrimônio no longo prazo.

    Neste guia, explicaremos o funcionamento dos FIPs, suas vantagens, riscos e o novo contexto regulatório e fiscal do setor. Continue a leitura!

    O que é um FIP (Fundo de Investimento em Participações)?

    <strong>O que é um FIP (Fundo de Investimento em Participações)?</strong>

    O FIP é um fundo fechado que capta recursos de investidores para adquirir participações em empresas — por meio de ações, bônus de subscrição, debêntures conversíveis ou outros instrumentos.

    O objetivo é fomentar o crescimento dessas companhias, profissionalizando sua gestão e, futuramente, realizar a venda das participações com lucro (via IPO, fusão, aquisição ou venda privada).

    Diferentemente de um investidor passivo, o gestor do fundo FIP atua diretamente na gestão estratégica das empresas investidas. Ele participa de conselhos, apoia processos de governança e impulsiona resultados operacionais — uma marca do modelo Private Equity.

    Essa atuação ativa explica por que o FIP é considerado um investimento de renda variável: o desempenho depende diretamente do sucesso das empresas que compõem o portfólio.

    Os Fundos de investimento em participação (FIP) investem em participações ativas de empresas

    Conceitos fundamentais do Private Equity

    Entender os principais termos do universo dos FIPs é essencial para avaliar oportunidades e riscos. São eles:

    • gestão ativa: o gestor do FIP (conhecido como General Partner, ou GP) tem papel estratégico nas empresas investidas, influenciando decisões e garantindo que a governança seja eficiente;
    • cotistas (Limited Partners – LPs): são os investidores qualificados ou profissionais que aplicam seu capital e confiam no GP para multiplicá-lo;
    • curva J (J-Curve): representa o comportamento típico dos retornos de um FIP — resultados negativos nos primeiros anos (por conta dos investimentos iniciais e das taxas) seguidos por ganhos expressivos na fase de maturação;
    • prazo de duração: geralmente varia de 8 a 12 anos, com um período de investimento inicial (3 a 5 anos) e outro de desinvestimento.

    Essa dinâmica reforça que o FIP fundo é voltado para investidores com horizonte de longo prazo e alta tolerância ao risco. Além disso, seu funcionamento depende de 4 pilares:

    1. gestor (General Partner – GP): responsável por originar negócios, gerir as empresas e definir a estratégia;
    2. cotistas (Limited Partners – LPs): investidores que aportam capital e confiam no gestor;
    3. empresas investidas: recebem recursos para crescer, se reestruturar ou se preparar para um IPO;
    4. CVM: regula e fiscaliza a estrutura, garantindo transparência e governança.

    O que mudou com a atualização da CVM 175?

    <strong>O que mudou com a atualização da CVM 175?</strong>

    Com a entrada em vigor da CVM 175, a regulação dos fundos de investimento foi completamente modernizada, substituindo normas antigas, como a CVM 579.

    A principal mudança está na flexibilidade de estruturação: agora é possível criar diferentes classes de cotas dentro do mesmo fundo, com direitos econômicos e políticos distintos. Isso facilita a criação de mecanismos de incentivo ao gestor (como cotas subordinadas) e simplifica a entrada de novos investidores.

    Além disso, a CVM 175 trouxe maior transparência, governança e padronização das informações, aproximando o mercado brasileiro dos padrões internacionais de private equity e venture capital.

    A super-vantagem fiscal dos FIPs após a Lei 14.754

    Enquanto a maioria dos fundos fechados passou a sofrer a incidência do Come-Cotas semestral, os FIPs permaneceram isentos dessa regra, desde que classificados como entidades de investimento.

    Na prática, isso significa que o imposto de renda de 15% sobre os ganhos só é cobrado no momento do resgate ou amortização — e não periodicamente. Essa diferença permite que os juros compostos atuem livremente durante todo o período de investimento, potencializando o crescimento do capital.

    É por isso que, para muitos investidores, o fundo FIP se tornou a estrutura mais eficiente do ponto de vista fiscal e sucessório, especialmente em horizontes de longo prazo.

    Investir em FIP é um jeito de diversificar o patrimônio

    Tipos de FIP

    <strong>Tipos de FIP</strong>

      Os fundos de investimento em participações (FIPs) não seguem um modelo único. Eles podem assumir diferentes mandatos, conforme o estágio de desenvolvimento das empresas investidas e os objetivos estratégicos do gestor. Conhecer essas variações é essencial para entender o risco, o horizonte de retorno e o perfil de cada fundo.

      FIP – Private Equity (o clássico)

      Este é o modelo mais tradicional. O fundo investe em empresas já maduras, que possuem receita consistente, mas ainda têm espaço para melhorar sua governança, eficiência operacional ou estratégia de crescimento.

      O objetivo é profissionalizar a gestão, ampliar margens, expandir mercados e, no futuro, realizar a saída via venda estratégica (para outra companhia) ou IPO.

      Exemplo prático: um FIP que adquire participação em uma rede de hospitais regionais, investe em tecnologia e gestão, e depois vende a operação para um grande grupo de saúde.

      FIP – Venture Capital

      O foco aqui são empresas em estágio inicial ou de rápido crescimento, como startups de tecnologia, fintechs ou healthtechs. O risco é maior, já que muitas dessas empresas ainda não são lucrativas, mas o potencial de retorno também é elevado.

      O gestor atua próximo dos fundadores, ajudando na expansão, captação de clientes e estruturação de processos.

      Exemplo prático: um FIP que investe em uma startup de inteligência artificial aplicada ao agronegócio, apostando no crescimento exponencial do setor.

      FIP – Seed Capital

      Este é o estágio mais arriscado. O fundo investe em empresas pré-operacionais, muitas vezes ainda em fase de protótipo ou validação de modelo de negócio.

      O horizonte de retorno é longo e a taxa de mortalidade das investidas é alta, mas, quando bem-sucedido, o ganho pode ser multiplicador.

      Exemplo prático: um FIP que financia uma empresa de biotecnologia ainda em fase de testes laboratoriais, com potencial de revolucionar um segmento da saúde.

      FIP – ESG/Impacto

      São fundos que, além do retorno financeiro, visam gerar impacto social ou ambiental positivo. Eles investem em empresas alinhadas a práticas sustentáveis, inclusão social ou inovação em áreas críticas, como saneamento e energia limpa.

      Esse tipo de FIP ganhou força com a demanda crescente por investimentos responsáveis e pela pressão de grandes investidores institucionais.

      Exemplo prático: um FIP que investe em empresas de energia solar distribuída em comunidades de baixa renda, combinando impacto social com retorno econômico.

      FIP-IE (Infraestrutura) e FIP-PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação)

      Esses são tipos especiais, com incentivos fiscais relevantes. O FIP-IE é voltado a investimentos em energia, transporte, saneamento e infraestrutura logística, setores estratégicos para o país. Ele oferece isenção total de imposto de renda para pessoas físicas que cumpram os requisitos legais — incluindo ganhos de capital e rendimentos.

      Além disso, o FIP pode investir em debenture incentivada, prevista na Lei 12.431, combinando a estabilidade de renda fixa com o potencial de valorização da infraestrutura, tornando-se uma alternativa híbrida entre FII e fundo de crédito.O FIP-PD&I, por sua vez, é voltado para empresas que desenvolvem tecnologias e inovação. Essa categoria vem crescendo em importância devido ao avanço da economia digital e ao incentivo governamental para pesquisa científica e tecnológica.

      Quais os riscos e desvantagens dos FIPs?

      Quais os riscos e desvantagens dos FIPs?

      Apesar das vantagens fiscais e do potencial de retorno elevado, os FIPs fundos de investimentos em participações apresentam alguns riscos que não podem ser ignorados:

      Apesar das vantagens fiscais e do potencial de retorno elevado, os FIPs fundos de investimentos em participações apresentam alguns riscos que não podem ser ignorados:

      • baixa liquidez: são fundos fechados com prazos de 8 a 12 anos, sem possibilidade de resgate antecipado;
      • risco de execução: o sucesso depende diretamente da habilidade do gestor em escolher e desenvolver as empresas do portfólio;
      • risco de mercado: as empresas investidas podem não alcançar o desempenho esperado, impactando o retorno final.

      Por isso, esse tipo de investimento é mais indicado a investidores qualificados e profissionais, com perfil de longo prazo e tolerância a riscos mais elevados.

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      Qual é a tributação de um FIP Fundo de Investimento em Participações?

      <strong>Qual é a tributação de um FIP Fundo de Investimento em Participações?</strong>

      Os FIP são ferramentas de desenvolvimento nacional – e, por isso, recebem um incentivo tributário. Focado na pessoa física, o investidor que coloca seu dinheiro em fundos do tipo IE e PD&I tem isenção total do imposto de renda. O mesmo, porém, não se aplica à pessoa jurídica, que precisa pagar o mesmo que em outros fundos 15% sobre venda de cotas.

      InvestidorTributação
      Pessoa FísicaIsento
      Pessoa Jurídica15% sobre venda

      Portanto, investidores dessa natureza que querem realizar um investimento em FIP precisam estar atentos para os preços de entrada e saída para evitar problemas contábeis no futuro.

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      Como investir em FIP?

      <strong>Como investir em FIP</strong>?

      Os FIPs têm acesso restrito por lei. Apenas investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão investido) e profissionais (acima de R$ 10 milhões) podem participar. Existem três principais formas de acesso:

      1. Plataformas de private banking e wealth management, onde são estruturados FIPs sob demanda para famílias e instituições;
      2. Gestoras de private equity, que abrem rodadas de captação específicas;
      3. B3, onde alguns FIPs — especialmente FIP-IE — são listados e negociados com tickers terminados em “11”.

      Mesmo nos casos listados, a participação é geralmente limitada a investidores qualificados, devido à complexidade do produto.

      Conclusão

      <strong>Conclusão</strong>

      Se o investidor está à procura de ótimos retornos, os FIP’s são uma ótima alternativa de investimento sendo vantajoso para aqueles que possuem grande apetite pelo risco.

      Destacando que os FIP’s são considerados investimentos de longo prazo. Portanto, não espere bons resultados no curto e médio prazo.

      Devido a possibilidade de abertura dos FIP’s ao público do varejo, novas opções de fundos surgiram em 2025, principalmente o FIP Saúde.

      Porém, por se tratar de uma modalidade de investimento arriscada, é necessário que o investidor compreenda o perfil do fundo, a tese de investimento e a qualidade da gestão antes de qualquer aplicação.

      Você possui dúvidas a respeito do FIP? Deixe uma pergunta ao final que já vamos lhe responder.

      Perguntas frequente sobre fundo de investimento em participações
      O que é fundo de investimento em participações?

      O FIP investe em participações ativas em empresas. Essas empresas podem ser tanto as de capital aberto quanto as de capital fechado. Há, também, a possibilidade de investir em sociedades limitadas.

      Como funciona o FIP?

      Esses fundos adquirem empresas buscando uma atuação mais ativa na administração das empresas. Ou seja, buscam um controle operacional das companhias. Pelo menos de 90% do patrimônio desses fundos deve estar em ações e títulos de empresas.

      O que é Fip ie?

      O FIP-IE foca no segmento de infraestrutura, ou seja, investimento em projetos de infraestrutura ou produção econômica intensiva nas áreas de energia, água, saneamento básico, transporte e outras áreas prioritárias.

      Como investir em FIP?

      Os FIP podem ser adquiridos direto no seu home broker usando os códigos dos tickers supracitados

      Qual a diferença de FIP e Private Equity

      O FIP é um tipo de private equity, mas há outras modalidades de investimento que também se enquadram nessa categoria – private equity é um termo genérico que se aplica a várias categorias de investimento, uma das quais é o FIP.

      Qual a principal diferença entre FIP e fundo de ações?

      Os limites estabelecidos de investimento e os princípios. Os fundos de ações possuem outros limites de diversificação, enquanto os princípios de um FIP são os de desenvolvimento. Já os fundos de ações, são o lucro.

      Como declarar um FIP?

      Enquanto fundos, eles ficam no grupo 07, código 06 do IR. Você deve inserir o CNPJ do fundo e seu nome nos campos respectivos.

      Tiago Reis
      Henrique Imperial
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