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Resumo da Semana: Venda da Netshoes, industrialização do Brasil, dívidas da Odebrecht e as refinarias da Petrobras

O índice Ibovespa encerrou a última semana registrando 98.040 pontos, o que representou, no pregão de sexta-feira (14), uma variação negativa de -0,74%. No acumulado da última semana e de 2019, as variações do principal índice de ações da bolsa do Brasil são de +0,22% e +11,55%, respectivamente.

Já o Ifix – índice que referencia os fundos imobiliários – terminou a mesma semana aos 2.561 pontos, alta de +0,09% na sexta-feira (14). Na semana, a variação do índice foi negativa de -0,26%, ao passo que, em 2019, sua variação é positiva, de +8,92%.

Entre os destaques da semana, podemos mencionar a votação favorável por parte dos acionistas da Netshoes à proposta do Magazine Luiza. A varejista adquiriu a empresa ao pagar US$ 3,70 por ação, em uma negociação que já se estendia a algum tempo. Outra empresa interessada na aquisição era a Centauro, que realizou uma oferta de US$ 4,10 por ação, totalizando US$ 127,3 milhões. Apesar da oferta mais alta, a Netshoes declarou em comunicado que não teria tempo hábil para avaliar a nova oferta da Centauro, uma vez que a companhia passa por dificuldades financeiras e a proposta do Magazine Luiza parece interessante. Com a votação favorável, as ações ordinárias do Magazine Luiza subiram cerca de 0,94% na sexta feira (14), encerrando a semana com alta de mais de 6%.

Ainda nesta semana, o relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) indica que o Brasil vem perdendo espaço na indústria global. Com leve recuo em relação a 2017, de 0,1%, o Brasil, por quase uma década, vem reduzindo sua participação no setor industrial global. Em 2005, a participação nacional na manufatura mundial era de cerca de 2,81%. Em 2018, a participação caiu para 1,8% e o país passou a figurar como a 9 maior potência industrial do mundo, atrás da França, com 2,24% e da Itália, com 2,33%. A indústria global é extremamente concentrada, com 4 países representando mais de 50%. A China possui 24,9% de participação, enquanto os Estados Unidos, o Japão e a Alemanha respondem 14,96%, 9,74% e 6,24% respectivamente.

Durante esta semana, também acompanhamos a evolução das negociações da Odebrecht, cuja decisão de levar a companhia para recuperação judicial segue com o conselho de administração. Os compromissos onerosos da holding superam os R$ 80 bilhões e caso a companhia entre em recuperação judicial, possivelmente mais de R$ 50 bilhões podem ser recuperados.

Com a reorganização da dívida, a companhia provavelmente ficará nas mãos dos bancos públicos e dos bondholders, credores com mais de R$ 12 bilhões em crédito com a empresa. Apesar da negociação estar em andamento, a companhia continua buscando uma alternativa à recuperação judicial, embora cada vez mais, este parece ser o caminho mais plausível. É possível que a decisão acerca do tema seja tomada ainda antes do feriado da próxima semana.

Adicionalmente, vale destacar, também, que a Petrobras retomou o processo de vendas de suas Unidades de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III) e da Araucária nitrogenados S.A (Ansa). A 24ª Vara Federal do Rio de Janeiro revogou a decisão liminar que aprovava a suspensão da venda da estatal. A Petrobras explicou em nota, que o objetivo do processo é gerar valor aos acionistas, aprimorando o portfólio ao alocar melhor o capital da empresa. A estatal assinou nesta última terça-feira (11) o termo de compromisso de cessação, iniciando um processo de desinvestimento devido a venda de refinarias, decidida após um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O acordo prediz a venda de 50% das refinarias da Petrobras, que detém atualmente 98% do mercado. Foi anunciado também pela Petrobrás a venda de campos petrolíferos terrestres de Polo Recôncavo e Polo Rio Ventura, na Bahia.  O presidente, Roberto Castello Branco, fez uma declaração, na última terça-feira (11), que o monopólio da estatal é inadmissível – a empresa detém 98% do mercado de refino brasileiro. Segundo Castello Branco, as consequências do monopólio impactam na situação atual do país. Por isso, a venda de refinarias da Petrobras é uma forma de aumentar a concorrência no mercado.

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