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Como o Banco Central regula a liquidez da economia com o redesconto bancário

redesconto

O Banco Central é a instituição que cumpre o papel de autoridade monetária do país. Conhecido também pela alcunha “Bancos dos Bancos”, é o Banco Central que regula e controla, por exemplo, a circulação e a liquidez de moeda na economia. Para isso, uma das medidas utilizadas pelo Bacen é a realização de operações de redesconto bancário.

É por meio do redesconto bancário, por exemplo, que o Banco Central consegue injetar ou reduzir a quantidade de dinheiro na economia. Porém, tudo isso é feito de forma indireta, através dos bancos comerciais e instituições financeiras.

O que é o redesconto bancário?

A operação de redesconto bancário é a concessão de empréstimos pelo Banco Central para bancos e instituições financeiras que estão com pouco dinheiro em caixa para manter suas operações. Ela é considerada uma ferramenta de política monetária, utilizada pelo Banco Central para regular o nível de moeda circulante na economia.

Ao oferecer capital diretamente para as instituições financeiras, o redesconto funciona como uma forma de administrar a oferta de dinheiro no mercado e controlar a liquidez geral na economia.

Dessa forma, se o Banco Central libera mais recursos pelas operações de redesconto, um banco consegue captar recursos para o seu caixa com mais facilidade. Ao criar um estímulo para que os bancos tomem mais dinheiro emprestado, eles ampliam a sua capacidade financeira e passam a oferecer crédito no mercado.

Ao mesmo tempo, quando a intenção é reduzir a quantidade de dinheiro circulando na economia, o Banco central atua para conter as operações de redesconto. Sendo assim, a captação de dinheiro fica mais cara paras instituições financeiras, forçando uma redução na concessão de empréstimos. Isso faz com que as reservas dos bancos diminuam, reduzindo o fluxo monetário no mercado.

Como funciona a taxa de redesconto bancário?

O principal instrumento para operacionalizar o redesconto bancário é a taxa de redesconto. A taxa de redesconto é o juros cobrado pelo Banco Central nos empréstimos aos bancos e instituições financeiras.

Ao controlar o valor dessa taxa, o Banco Central cria um estímulo para que os bancos façam mais ou menos empréstimos. Ou seja, com uma taxa de redesconto baixa, os bancos poderão captar mais dinheiro com o Banco Central para aumentar suas operações de crédito. Ao mesmo tempo, aumentando a taxa de redesconto, os bancos terão que pagar mais para pegar dinheiro emprestado, o que reduz a capacidade financeira dos mesmos para repassarem esse crédito ao mercado.

Tipos de operação de redesconto bancário

As operações de redesconto bancário podem ser feitas de duas formas: através do redesconto de liquidez ou do redesconto especial.

Os redescontos especiais são refinanciamentos de operações específicas, utilizadas em refinanciamentos de produtos agrícolas, à exportação de manufaturados, entre outras operações.


Já os chamados empréstimos de assistência à liquidez são operações eventuais, utilizadas pelos bancos que possuem uma insuficiência de caixa para manter suas operações.

Mas além dos empréstimos entre o Banco Central e as instituições financeiras, o redesconto é também uma operação que acontece entre os próprios bancos. Nesse caso, ela ocorre quando uma instituição desconta o título adquirido com outra, tomando de volta o dinheiro aplicado.

Qual a diferença entre redesconto bancário e depósito compulsório?

Embora as duas operações sejam utilizadas como ferramentas de política monetária do Banco Central, existe uma grande diferença entre redesconto e depósito compulsório.

O depósito compulsório é uma medida que determina quanto do dinheiro depositado pelos clientes nos bancos devem ir para uma conta reserva do Banco Central. Dessa forma, ao estabelecer o valor percentual do depósito compulsório, o Banco Central consegue retirar ou liberar o dinheiro disponível aos bancos, afetando instantaneamente a capacidade dos mesmos de conceder empréstimos.

Por isso, enquanto o redesconto é apenas uma forma de oferecer empréstimos aos bancos, o depósito compulsório regula diretamente os recursos que as instituições possuem para fazer suas operações. Logo, o depósito compulsório é considerado uma medida de controle mais expressa – funcionando como uma restrição, e não um estímulo.

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