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Reaganomics: Como o governo Reagan ‘liberalizou’ a economia americana

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Em 1981, a economia dos Estados Unidos estava sofrendo com uma forte crise de estagflação – cenário onde a alta inflação era acompanhada de uma grande taxa desemprego. Logo, para reverter esse quadro, o presidente recém-eleito Ronald Reagan começou a implementar uma série de medidas liberais para estabilizar a economia americana. Popularmente, esse conjunto de políticas ficou conhecido como Reaganomics.

O Reaganomics foi importante para reduzir a espiral inflacionária da economia, controlar a oferta de moeda no mercado e reduzindo a cobrança de impostos, favorecendo assim o retorno do crescimento econômico no país. Por isso, devido ao seu relativo sucesso, o termo ganhou relevância e passou a ser um sinônimo para a aplicação de medidas liberais que reduzem a participação do Estado na economia.

O que foi o Reaganomics?

O termo Reaganomics refere-se ao conjunto de políticas econômicas adotadas durante o mandado do Presidente americano Ronald Reagan, entre 1981 e 1989. Membro do Partido Republicano, Reagan foi eleito com uma plataforma de ideologia conservadora e economicamente liberal, defendendo que o Estado tivesse uma atuação limitada e que favorecesse o livre mercado – rompendo assim com o modelo econômico keynesiano vigente até então.

Em que o Reaganomics se baseava?

A política econômica adotada por Reagan é fortemente baseada nos princípios do da economia de mercado e da chamada teoria de trickle-down. Em linhas gerais, o Reaganomics se baseava em quatro pilares principais:

Logo, para Reagan, uma menor participação do governo na economia era a melhor maneira de estimular o crescimento econômico. Ou seja, a ideia principal era que, se as despesas sobre as empresas forem reduzidas, esse excedente seria reinvestido no resto da economia, estimulando o crescimento como um todo.

Como o Reaganomics funcionou na prática?

Embora Reagan tenha reduzido os gastos domésticos, essa medida foi “corrompida” de certa forma pelo aumento dos gastos militares, criando um déficit líquido ao longo de seus dois mandatos. Por outro lado, quanto a tributação, a principal taxa de imposto sobre a renda individual foi reduzida de 70% para 28%, e a alíquota do imposto corporativo foi reduzida de 48% para 34%.

Além disso, Reagan também continuou com a redução da regulamentação econômica que começou no governo do presidente Jimmy Carter e eliminou o controle de preços do petróleo e gás natural, dos serviços telefônicos de longa distância e da televisão a cabo. Em seu segundo mandato, Reagan apoiou uma política monetária que estabilizou o dólar americano contra moedas estrangeiras.

Já perto do final do segundo mandato de Reagan, as receitas fiscais recolhidas pelo governo dos EUA aumentaram para 909 bilhões de dólares em 1988, em comparação com os 517 bilhões de dólares arrecadados em 1980. A inflação foi reduzida para 4%, e a taxa de desemprego caiu abaixo de 6%.

Logo, embora economistas e políticos continuem a discutir sobre os efeitos da Reaganomics, ela foi responsável um dos mais longos e mais fortes períodos de prosperidade da história americana. Entre 1982 e 2000, a Índice Industrial Dow Jones (DJIA) cresceu quase 14 vezes, e a economia adicionou 40 milhões de novos empregos.

O Reaganomics seria viável nos dias de hoje?

Há muitas pessoas que acreditam que as mesmas políticas estabelecidas por Reagan nos anos 80 poderiam ajudar a economia americana nos dias atuais. Porém, os críticos afirmam dizendo que as condições de hoje não são mais as mesmas que na década de 80, e que qualquer medida nesse sentido poderia ter o efeito oposto.

O corte tributário promovido pelo Reaganomics, por exemplo, ocorreu quando os impostos estavam em 70%, muito longe de onde eles estão hoje. Dessa forma, reduzir os impostos poderia resultar em uma diminuição drástica nas receitas tributárias do governo.

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