Inflação em 2023: veja as principais projeções e saiba como investir

A elevação dos preços foi uma das maiores preocupações dos brasileiros nos últimos meses. A pandemia trouxe de volta esse tema, prejudicando consumo e investimentos das empresas. A inflação em 2023, uma expectativa no coração do brasileiro, têm tudo para seguir na outra direção.

No Brasil, entre março e abril de 2022, o IPCA se manteve acima de 11% no acumulado de 12 meses. Combustíveis e alimentos foram os principais vilões. 

Porém, a partir do segundo semestre, alguns aspectos influenciaram na queda mais acentuada. A redução da alíquota do ICMS sobre diversos bens, a desoneração do PIS/Cofins sobre combustíveis e, mais recentemente, a desaceleração dos preços internacionais das commodities

Esse quadro levou a uma forte queda da inflação e atualmente já se aproxima de 6% – as expectativas do Copom de dezembro já apontam para 5,9%.

Com a chegada de 2023, é fundamental que o investidor comece o ano compreendendo as projeções de inflação, os riscos e as formas de se proteger da alta dos preços.

O conteúdo abaixo faz parte do nosso Guia completo dos melhores Investimentos para 2023.

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Expectativa e Riscos da Inflação para 2023

Para 2023, nossa expectativa é de um IPCA de 5,1%. Pelo terceiro ano seguido, estouraríamos a meta estipulada pelo Banco Central.

Valores do IPCA para 2022 e 2023 em uma tabela
Suno Research

Para o próximo ano existem alguns riscos que precisamos monitorar para saber antecipá-los. Ressaltamos alguns pontos principais para o investidor ficar de olho no próximo ano: 

Fatores negativos para a inflação em 2023

  • A indefinição sobre a desoneração dos impostos sobre a gasolina e etanol em 2023: A medida é válida até o fim de dezembro deste ano. O novo governo quer manter, mas não há definições. Caso o PIS/Cofins retornem, a inflação 2023 será pressionada.
  • Os efeitos da PEC de transição: o projeto visa retirar do Teto de Gastos algo em torno de R$ 200 bilhões de reais para financiar programas sociais e investimentos nos próximos quatro anos. 

A incerteza de quanto seria o rombo e por quanto tempo diminui a previsibilidade da dívida pública. Isso eleva o risco-país e pode fazer o câmbio se desvalorizar. Os custos de importação de diversos bens podem crescer e serem repassados aos consumidores – ou seja, preços mais altos.

Por fim, a perspectiva de elevação dos gastos em 2023 para sustentar a demanda das famílias também pode gerar mais inflação. Caso esses riscos se materializem, o único remédio para combater a inflação será elevar os juros. 

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Fatores positivos para a inflação em 2023

Entretanto, bons ventos para inflação brasileira podem surgir em 2023: 

  • Elevação dos juros no mundo: esse movimento tende a diminuir o crescimento da atividade da economia mundial – há grandes chances de Estados Unidos e Europa entrarem em períodos de baixo de crescimento -, gerando uma desaceleração de preços nos países. 
  • Menor demanda por commodities: isso deve ajudar a arrefecer os preços de vários insumos, como petróleo e alguns produtos agrícolas. Com o cenário internacional menos agitado, o Brasil irá importar menos inflação de fora.
  • Efeitos das taxas de juros: a boa notícia é que sentiremos mais, nos próximos meses, os efeitos cumulativos da alta da Selic sobre a economia. O que deve desaquecer o consumo e os investimentos.

Enquanto EUA, Zona do Euro, Inglaterra, entre outros, sobem os juros para controlar a inflação, que não está dando sossego, o Brasil fez o dever de casa primeiro.

A economia brasileira dá sinais de certa desaceleração neste fim de ano, algo já esperado em nosso cenário. Isso deve ajudar a manter os preços estáveis. 

Tabela de influência dos fatores no IPCA em 2023: PEC da Transição e Desoneração pesam favoravelmente
Suno Research

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Investimentos para se proteger da inflação 

O IPCA desde 2000 tem sido, em média, próximo de 5% ao ano. Mesmo que seja baixa para o histórico do país, revela que este é um problema que sempre ronda a economia brasileira e torna fundamental saber se proteger da inflação.

Logo, é essencial para qualquer investidor conhecer algumas formas de se blindar da alta dos preços. Existem alguns investimentos do mercado que são mais atrelados à inflação e que garantem uma certa proteção contra o aumento dos preços. Entre eles:

  • Títulos públicos, principalmente os atrelados ao IPCA.
  • Ações de empresas com poder de repasse dos seus custos ou que tem contratos atrelados à inflação, como setor elétrico.

Títulos públicos atrelados ao IPCA

No caso dos títulos atrelados à inflação (Tesouro IPCA), o investidor se protege já que sua remuneração está diretamente atrelada à inflação oficial. Ou seja, caso a inflação suba, o retorno será mais elevado, e se cair, a rentabilidade será menor.

Fundos de Investimento Imobiliário

Para os FIIs, existem muitos ativos que investem em títulos atrelados a inflação, repassando as altas de preços para seus dividendos. Isso pode ocorrer em caso de fundos de papel, que atrelam ao IPCA boa parte de seus títulos, quanto a fundos de tijolo.

No caso dos fundos de tijolo, esses fundos tendem a ter revisão de contratos no IPCA ou ser diretamente impactados pelo IPCA, seja pela sua alta – que afasta inquilinos – seja pela sua baixa – que diminui a vacância.

Ações para proteção contra inflação em 2023

No caso das ações, o setor elétrico costuma ser uma boa opção para se proteger, já que suas tarifas e contratos são corrigidas pela inflação. Além disso, empresas que são líderes em seus segmentos possuem maior poder para repassar as altas de preços para seus produtos, já que isso não teria grandes impactos sobre a demanda de seus produtos. 

Conclusão: expectativa é de controle para inflação em 2023

Apesar da inflação estar mais controlada para o próximo ano ainda existem riscos a serem monitorados. E o investidor que souber se proteger da alta nos preços poderá estará mais bem preparado para lidar com as turbulências que rondam os mercados.

E então, conseguiu compreender melhor o contexto econômico que envolve a inflação em 2023? Deixe abaixo suas dúvidas e comentários sobre esse assunto.

Esse conteúdo foi produzido pelos analistas da Suno: Rafael Perez e Gustavo Sung.

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    Tiago Reis
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