A XP Investimentos vê o lucro das empresas crescendo em 2024, assim como os valuations, formando uma combinação ideal para o Ibovespa, que deve alcançar os 142 mil pontos este ano.
Em relatório, os analistas Fernando Ferreira, Jennie Li, Thales Carmo e Julia Aquino, da XP, explicam que o fundamento para a projeção para o Ibovespa em 2024 leva em conta a revisão dos lucros das empresas e os preços de diferentes setores e papéis, com estimativas positivas coincidindo com um desempenho acima do esperado.
“Como resultado de um macro levemente pior, os investidores estrangeiros venderam R$ 5 bilhões de ações brasileiras, o que explica parcialmente a correção de -4,8% (em janeiro) no Ibovespa”, explicam os analistas.
Apesar disso, a corretora não acredita que esse fluxo negativo seja estrutural, mas sim relacionado ao macro global, com períodos de fluxos negativos coincidindo com um sentimento de piora da economia global.
Para os analistas, as estimativas de Lucro por Ação (LPA) do Ibovespa nos últimos 3 meses revisadas para cima, em 4%, e, no último ano, em 10%, são um indicativo. “Olhando para os lucros dos setores, vemos que Energia, Serviços de Comunicação e Saúde tiveram as maiores revisões nos últimos 12 meses; enquanto Materiais e Consumo Básico foram atualizados fortemente para baixo no período”, dizem os analistas.
Com este cenário, a XP fez uma análise de vários indicadores de valuation, comparando o Ibovespa com o S&P 500. Os números mostraram que as ações do Ibovespa estão baratas quando comparadas aos Estados Unidos.
Veja o que diz cada indicador entre Ibovespa e S&P 500
Para comprovar a tese, a XP fez comparação de várias métricas de valuation e outros indicadores entre ações brasileiras e americanas, constatando que há desconto em todos os aspectos. Na análise, a corretora levou em consideração os dados dos últimos 15 anos.
Em termos absolutos e relativos, segundo a XP, o S&P 500 é mais caro que o Ibovespa. Confira abaixo cada dado;
Preço/Lucro: o atual P/L projetado para o Ibovespa é de 8,0x, menor que a média histórica e muito mais baixo que o mesmo indicador do S&P 500, que negocia a 20,3x.
EV/EBITDA: atualmente ele está em 5,0x para o principal índice da B3, abaixo da média histórica de 6,0x. Para o S&P 500, por sua vez, ele está em 13,3x, acima da média de longo prazo, que é de 9,9x.
Crescimento de lucros: para os próximos 12 meses, o consenso de mercado está projetando um crescimento no L/A em 15% para o Ibovespa, comparado a um crescimento de 8% para o S&P 500.
Dividend yield: o dividend yield da Bolsa brasileira está em 6,2%, superando sua média histórica. Está muito acima do rendimento do S&P 500, que é de 1,4%.
Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE): o Ibovespa negocia com um ROE em 16,2%, acima da média de longo prazo, que é de 13%. O dado está bem abaixo do índice americano, que negocia a 18,1%.
Prêmio de risco: o indicador do Ibovespa se encontra em 6,8%, acima da média histórica, enquanto o S&P 500 está muito menos atrativo, em 3,1%, abaixo da sua média.
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