Weg (WEGE3) teve um bom desempenho no 3T25? Lucro sobe 4,5%, a R$ 1,65 bilhão
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A Weg (WEGE3) divulgou na manhã desta quarta-feira (22) seu balanço do terceiro trimestre de 2025 e reportou um lucro líquido de R$ 1,65 bilhão, alta de 4,5% em relação ao mesmo período de 2024. Em relação ao segundo trimestre deste ano, o avanço foi de 3,7%.

O Ebitda alcançou R$ 2,28 bilhões entre julho e setembro, aumento de 2,3% sobre o ano anterior, com margem de 22,2%. Já a receita operacional líquida (ROL) da Weg somou R$ 10,27 bilhões no período, crescimento de 4,2% na comparação anual.
Segundo a companhia, o desempenho foi sustentado pela continuidade das entregas de projetos de transmissão e distribuição (T&D) e pela demanda aquecida em motores comerciais e linha appliance. No mercado externo, as vendas de equipamentos industriais, especialmente para os segmentos de óleo e gás e saneamento, também contribuíram para o resultado.
Investimentos e boas margens operacionais
Apesar das pressões causadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras, a Weg destacou no relatório de resultados que os números registrados mostram estabilidade operacional.
No terceiro trimestre, o fluxo de caixa operacional atingiu R$ 4,23 bilhões até setembro, refletindo o crescimento da receita e o controle de custos.
Já o Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) da Weg (WEGE3) alcançou 32,4% no terceiro trimestre de 2025, representando uma redução de 4,7 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2024 e de 0,5 ponto frente ao trimestre anterior.
Para Gustavo Moreira, planejador financeiro CFP e MBA em Finanças, o balanço da WEG veio ligeiramente abaixo do esperado, mas ainda mostra uma empresa sólida. Ele destaca que a companhia manteve crescimento mesmo em um ambiente global desafiador.
Ainda segundo o especialista, o ritmo de expansão desacelerou e as margens sofreram leve pressão. “O crescimento futuro já parece mais moderado, o que indica um cenário de cautela para os próximos trimestres”, destaca ele.
A administração da empresa afirmou que o bom desempenho da atividade industrial no Brasil, aliado à continuidade dos projetos de T&D, foi determinante para os resultados. A companhia também ressaltou investimentos em modernização e expansão fabril no Brasil, México e China, além de novas aquisições, como Volt Electric Motor, Reivax e Heresite.
Tarifas dos EUA devem seguir pressionando a Weg (WEGE3)
O impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos segue como um dos principais desafios. “As tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros pressionam o custo das exportações, mas a empresa tem conseguido mitigar parte desses efeitos porque menos de um terço do que ela vende para os EUA é produzido no Brasil”, explica Moreira.
Ele ressalta que a Weg (WEGE3) já vem redirecionando parte da produção para outros países, reduzindo a dependência do mercado americano. “Ainda assim, vejo as tarifas como um fator de atenção para os próximos resultados, pois podem reduzir competitividade e pressionar margens se o cenário se prolongar”, afirmou.
O especialista destaca, no entanto, que as mudanças já feitas pela companhia levam tempo para se traduzir em resultados. Ele acrescenta que a cautela de clientes diante da volatilidade global pode adiar investimentos e reduzir a visibilidade de receita da Weg (WEGE3), que continua bem posicionada, com amplo portfólio e diversificação internacional.