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Grife Victor Hugo tem marca e bens bloqueados por Justiça

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Justiça bloqueia marca e bens da grife brasileira Victor Hugo. (divulgação)

A Justiça bloqueou os bens da grife de bolsas e acessórios Victor Hugo. A causa do bloqueio é uma dívida tributária que ultrapassa R$ 300 milhões.

A Victor Hugo também é acusada de formação de grupo econômico, com cerca de dez alterações contratuais desde a sua fundação em 1980, no Rio de Janeiro. Dentre as movimentações consideradas atípicas, o registro da marca Victor Hugo em offshores no Uruguai e em Belize se destacam.

Confira abaixo as determinações da sentença judicial, que foi concedida em caráter liminar:

“Evidência da formação do grupo econômico com intuito de ocultar patrimônio da devedora, bem como através de criação de offshore para blindagem patrimonial, além da incompatibilidade da receita bruta e movimentação financeira da devedora, demonstrada na pesquisa CCS [Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro], com os valores obtidos no bloqueio pelo Bacenjud [plataforma de bloqueio de dinheiro diretamente da conta bancária]”, diz o texto da decisão da juíza Livia Maria de Mello Ferreira, da 8ª Vara Federal de Execução Fiscal do Rio de Janeiro.

A Victor Hugo informou o “Valor Econômico” que recorrerá à decisão da Justiça, e que o processo corre em sigilo.

Todavia, a decisão é pública e apenas os documentos da ação terão discrição.

Na atualidade, a Victor Hugo possui mais de 70 estabelecimentos comerciais franqueados, e vende seus produtos (bolsas, óculos e relógios) em centenas de lojas multimarcas e relojoarias em todo o Brasil.

No início dos anos 2000, a grife teve loja em Nova York, nos EUA.

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Alterações societárias na Victor Hugo

Desde a sua fundação, em 1980, a Victor Hugo passou por uma série de mudanças societárias.

Em 2002, a marca foi cedida para uma offshore denominada Wilde Corporation S.A., localizada no Uruguai.

Enquanto isso, o parque industrial que fabricava as bolsas foi transferido para a empresa Brasilcraft em 2003, que é algo do processo judicial. Entre 2015 e 2018, calcula-se que a Brasilcraft tenha faturado R$ 613 milhões.

“Fica evidente que as constantes reorganizações societárias tiveram o nítido intuito de realizar um planejamento tributário ilegítimo com abuso de forma e de direito, confusão patrimonial, simulação, fraude à lei e desvio de finalidade, os quais teriam o objetivo único de frustrar o pagamento de débitos fiscais, o que de fato, tem ocorrido”, diz outro trecho do processo contra a Victor Hugo.

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