A Via (VVAR3) pretende utilizar o carnê para amortecer os impactos de aumento de preços de eletrodomésticos. O objetivo é que as parcelas dos produtos possam caber no bolso dos clientes da Casas Bahia e Ponto.
“Com os ajustes aumentando, vamos acomodar isso no carnê para atender loja e online. Vendemos em até 24 vezes, com prazo médio de 14 parcelas. Mas o cliente consegue comprar em 16 vezes pagando a mesma parcela da operação em 14 meses. O cliente se aperta um tempo um pouco maior, mas a parcela não muda. Vamos usar muito o carnê digital para isso”, disse vice-presidente comercia da Via, Abel Ornelas, ao jornal Valor Econômico.
Na análise de Ornelas os preços do eletrodomésticos, como geladeira e televisão, aumentaram mais que o salário do consumidor.
Portanto, apesar do preço total a prazo subir por causa dos juros mensais do carnê, o vice-presidente acredita que isso não impactará nas vendas porque para o cliente o importante é “caber no bolso”.
A Via ainda informou que vai oferecer crédito por meio do carnê digital neste semestre. A varejista obteve aval do Banco Central para que seu banco digital BanQi atue como instituição financeira, oferecendo empréstimos na modalidade de Sociedade de Crédito Direto (SCD).
A meta da varejista agora é atingir R$ 16 bilhões em crédito pessoal. A Via pretende ir além do tradicional crediário, que em março tinha carteira de R$ 4,6 bilhões. Para alcançar a meta de R$ 16 bilhões em crédito pessoal, a companhia trabalhará com outras estruturas de funding, como fundos de direito creditórios (FIDCs). Por ser uma SCD, o BanQi não pode se alavancar como um banco tradicional.
Atualmente, são mais de 2 milhões de contas, e a varejista conta com 250 mil novos interessados no produto. O limite médio para a concessão é de R$ 2 mil, mas o valores emprestados podem variar de R$ 800 a R$ 15 mil, com até um ano e meio para pagar.
Cotação da Via
Após a notícia por volta das 16h00, os papéis da Via apresentavam queda de 0,36%, a R$ 13,97.
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