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Por que as ações da Usiminas (USIM5) estão caindo mais de 5%?

Usiminas (USIM5)

Sede da Usiminas (USIM5). Foto: Divulgação

As ações da Usiminas (USIM5) lideraram as penas do Ibovespa nesta quarta-feira (16). Durante a sessão, os papéis da companhia chegaram a derreter mais de 5% no início desta tarde. 

A forte variação negativa das ações da Usiminas ocorre mesmo em meio ao avanço do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China, que impulsionou os papéis de outras mineradoras e siderúrgicas nesta quarta, como Vale (VALE3), Gerdau (GGBR4) e CSN Mineração (CMIN3).

Por que as ações da Usiminas (USIM5) estão caindo?

A variação negativa dos papéis ocorre em meio ao rebaixamento da recomendação das ações USIM5 pelo Goldman Sachs. A instituição financeira reduziu a classificação de compra para neutra e também cortou o preço-alvos dos papéis, que passou de R$ 8,40 para R$ 5,20. 

Mesmo com o novo preço-alvo indicando um potencial de valorização de 23,8% em relação ao fechamento anterior, a avaliação negativa influenciou diretamente o desempenho do papel.

De acordo com o relatório do Goldman Sachs, “apesar dos recentes ganhos no preço das ações e na rentabilidade, acreditamos que a Usiminas ainda enfrenta desafios cíclicos e estruturais significativos”. Entre esses desafios, os analistas destacaram as elevadas exportações de aço da China e a necessidade contínua de investimentos para melhorar a eficiência da companhia.

Outro ponto de atenção citado no relatório é o desempenho abaixo do esperado após a reforma do principal alto-forno da empresa, realizada em 2019. O investimento, equivalente a 22% do valor de mercado da companhia na época, não trouxe o retorno esperado. “As margens de EBITDA/tonelada de aço da Usiminas estiveram cerca de 50% abaixo das dos seus pares nos últimos 5 anos, e acreditamos que essa tendência deve continuar”, escreveram os analistas.

A avaliação é de que, mesmo até 2027, a Usiminas seguirá com margens cerca de 40% abaixo das de outras siderúrgicas da América Latina. Entre os fatores citados está a baixa integração em carvão de coque próprio, estimada em 30%, e a forte concorrência com aço importado, principalmente da China.

Além disso, o banco estima que a companhia precisará investir até R$ 2 bilhões em novas usinas de carvão para ganhar competitividade, o que representa cerca de 40% do seu valor de mercado atual. Porém, esse novo capex pode não ser bem recebido pelo mercado diante do cenário de margens pressionadas. No primeiro trimestre de 2025, as margens de EBITDA por tonelada da empresa ficaram cerca de 30% abaixo da média dos últimos 10 anos.

O relatório também destaca riscos ligados à política monetária brasileira. Embora a demanda por aço ainda esteja em patamar elevado, o Goldman Sachs alerta para potenciais impactos da política de juros altos no consumo doméstico nos próximos trimestres.

Por fim, as importações devem seguir elevadas, o que pode pressionar os preços no curto prazo. Mesmo com a expectativa de que a China reduza a produção de aço no segundo semestre, esse movimento pode não beneficiar a Usiminas (USIM5) de forma relevante.

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