Ultrapar (UGPA3): BTG reduz preço-alvo e reitera recomendação neutra; entenda

Em relatório divulgado nesta sexta-feira (5), os analistas do BTG descrevem o resultado da Ultrapar (UGPA3) como “insatisfatório”. Depois de obter mais detalhes sobre o que esperar para o quarto trimestre deste ano, optaram por diminuir o preço-alvo da companhia, de R$ 21 para R$ 17, e reiteraram recomendação neutra.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-3.png

A decisão ocorre após a teleconferência de resultados da Ultrapar em que os analistas avaliaram que a empresa não avançou nos últimos três meses. Escrevem também que não enxergam melhora nas margens pressionadas principalmente pelo desempenho dos postos Ipiranga.

Segundo o relatório, a gestão da empresa parecia mais propensa a reconhecer falhas de execução durante a teleconferência. Os executivos da Ultrapar apontaram a escassez de produtos e preços incorretos até julho como pontos problemáticos durante o trimestre.

No mais, houve uma decisão da Ultrapar de ficar longe de alguns mercados de combustível em que a competição é mais acirrada. O BTG avaliou a resolução como “consciente”, mas ainda longe do que o banco de investimentos esperava. Segundo os analistas, considerando que o Ipiranga bateu uma participação de mercado muito baixa, de 17,7% em setembro, a estratégia precisa ser repensada.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

Caminho para recuperação

“A administração tentou passar a mensagem de que muito do que foi visto no Ipiranga no segundo e terceiro trimestre é não recorrente, com as margens de outubro já parecendo melhores do que setembro, e que os riscos de baixa são principalmente uma reminiscência de possíveis perdas de importação”, escrevem em relatório.

Entretanto, os analistas do BTG temem que os ganhos de estoque não ajudem tanto assim, visto que o preço dos combustíveis continuam subindo. Mas as margens de importação não devem melhorar, já que a Petrobras (PETR4) continua mantendo os preços das refinarias abaixo da paridade internacional.

“Isso torna o quarto trimestre ainda desafiador, e igualmente difícil de descobrir qual é o nível recorrente de margem e participação de mercado do Ipiranga.” Eles preveem um lucro bruto por m³ de R$ 141,0 no 4T21. Em setembro, o valor foi de R$ 149,0/ m³, enquanto a média do trimestre ficou em R$ 123,0/ m³.

Além disso, o relatório indica que a decisão da Ultrapar de retirar sua posição das negociações para aquisição da Refap foi baseada em uma recompensa de risco não atraente, provavelmente refletindo incertezas atuais sobre a política de preços doméstica. “Dito isso, a administração não descartou licitar o ativo se o sentimento melhorar à frente.”

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

Sem benefício da dúvida para a Ultrapar

Os analistas indicam que aprovam as mudanças na gestão da Ultrapar, afirmando que “fornecem uma sensação de urgência bem-vinda para a empresa”. Mas a percepção é de que as iniciativas ainda levarão algum tempo para entrar em ação, o que oferece pouco espaço para uma revisão para cima dos lucros.

Eles veem as ações sendo negociadas a 15 vezes e 12,5 vezes o múltiplo de preço/lucro em 2022 e 2023, respectivamente. O valor é abaixo da média histórica da empresa, mas não longe de seus pares de setor.

“Considerando o desempenho inferior da Ultrapar no trimestre, acreditamos que a avaliação é bem merecida. Nós permanecemos neutros”, concluem em relatório.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Cotação da Ultrapar nesta sexta (05)

Às 13h20 desta sexta-feira, a cotação da Ultrapar apresentava queda de 0,89%, com as ações UGPA3 sendo negociadas a R$ 12,27.

Nos últimos 12 meses, os papéis da Ultrapar apresentam queda de 35,89%, valendo R$ 24,33 na máxima e R$ 12,14 na mínima.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2021/09/960x136-1-1.png

Monique Lima

Compartilhe sua opinião