Ser Educacional (SEER3) aumenta lucro em 79% no 1T21 com alta do EAD

O grupo Ser Educacional (SEER3) reportou uma alta de 79,3% em seu lucro no primeiro trimestre de 2021, com um montante de R$ 30 milhões. A companhia viu sua base de alunos aumentar em relação ao primeiro trimestre de 2020, com forte alta nas modalidades de ensino digital e à distância (EAD).

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Considerando os números globais, em relação ao mesmo período do ano passado, A Ser Educacional teve um aumento de 32,8% nos alunos da graduação, para 77,5 mil, e mais do que o dobrou o número de pós-graduandos, totalizando 4,5 mil – aumento de 110,5%.

O crescimento foi puxado, em grande escala, pelas modalidades de ensino digital, já que houve baixa nas modalidades presenciais. Apesar disso, estas ainda são as maiores geradoras de receita em números absolutos.

A base total dos alunos já é de 218,1 mil, um crescimento global de 17,8% em um ano. O próprio grupo reputa a alta às recentes aquisições, como a UNIFACIMED, UNIJUAZEIRO e UNESC. No período, a base de alunos do ensino digital subiu para 83,8 mil, alta de 123,1%.

Assim, o ticket médio líquido ficou 15,7% mais barato. Apesar de a graduação, na média, ter apresentado alta de 2% – ficando com ticket em R$ 664,9 – a modalidade digital caiu de R$ 213,38 para R$ 159,34, baixa de 25,3%.

O EBITDA da Ser teve baixa de 1,4%, caindo de R$ 84,119 milhões para R$ 82,297 milhões. A receita líquida foi de R$ 306,7 milhões, ficando estável, com queda de somente 0,6% em relação ao primeiro trimestre de 2020.

A constância nesse múltiplo, segundo a Ser Educacional, é em decorrência dos efeitos da covid-19, e “pelo maior volume de alunos captados no trimestre que sazonalmente pagam mensalidades com descontos comerciais que serão diluídos no decorrer do curso”.

Ensino digital teve forte alta e ampliou receita

Foi perceptível no balanço o incremento dado pelo ensino digital, ou EAD (Ensino à Distância).

O grupo arrecadou 5,9% menos em mensalidades da graduação (R$ 258,6 milhões), 30,7% a menos na pós-graduação (R$ 3,97 milhões) e 21,8% a menos em mensalidades de ensino técnico (R$ 363 mil).

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Contudo, enquanto eram R$ 24 milhões arrecadados por mensalidades de ensino digital – que incluem alunos de graduação, pós-graduação e afins – a receita gerada subiu 66,3%, ficando em R$ 40 milhões. Apesar de o valor ser 85% menor do que a arrecadação pela graduação tradicional, o volume gerado foi responsável pela mitigação dos impactos da pandemia.

No total, os custos da Ser foram de R$ 104 milhões (-9,3%), sendo em grande parte custos de despesas com salários e encargos, que foram de R$ 88,1 milhões, ante R$ 96,4 milhões no mesmo período do ano passado.

A modalidade digital também fez com que a companhia tivesse uma redução expressiva nos aluguéis, que somavam R$ 2,1 milhões em despesas de janeiro a março de 2020, ao passo que neste ano foram somente R$ 169 mil dispendidos nesse sentido.

A única alta foi nas despesas com serviços terceirizados, que saíram de R$ 6,1 milhões para R$ 9,3 milhões – alta de 53,3% – em virtude do “aumento do volume de aulas práticas da base de alunos dos cursos de saúde, incluindo o ensino digital e aquisições, além do maior volume de acesso às plataformas digitais”.

XP reitera posição neutra

A XP Investimentos ressaltou o desempenho positivo no ensino digital, mas seguiu com recomendação neutra para a Ser Educacional, com preço alvo de R$ 17 por ação, em decorrência de um desempenho no ensino presencial que ainda é fraco, segundo a corretora.

“A Ser postou resultados bastante impressionantes na frente de ensino à distância (EAD), com alunos 123% acima do ano anterior e 39% acima da expectativa da XP (embora a receita tenha sido apenas 6% maior, devido ao ticket médio inferior). No entanto, o presencial ainda está sob pressão: a base de alunos caiu 9% no comparativo anual e ficou 8% abaixo da previsão da XP, resultando em uma queda de 1% na receita consolidada e também 1% abaixo da expectativa”, diz a corretora.

Publicidade ampliou despesas

No campo das despesas operacionais, apesar da redução em decorrência da pandemia, o valor gasto em publicidade manteve o montante total praticamente estável, saindo de R$ 40,22 milhões para R$ 40,29 milhões.

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Novamente, o maior foi também com salários e encargos (R$ 119,1 milhões, baixa de 6,9%), mas houve reinvestimento dos valores que foram poupados com as baixas nas outras despesas. A companhia aportava R$ 25,3 milhões em publicidade no primeiro trimestre de 2020, enquanto neste ano o incremento gerou alta de 38,4% na despesa, somando um montante total de R$ 35 milhões.

Dívida cresce

Comas novas aquisições –  como a UNESC – a Ser Educacional reporta uma alta no endividamento, ficando em R$ 706,3 milhões, sendo R$ 544,3 milhões em dívidas e financiamentos, R$ 137,1 milhões em compromissos a pagar e R$ 24,8 milhões em debêntures.

“A disponibilidade de caixa da Companhia totalizou R$589,0 milhões, uma redução de 13,5% comparado a dezembro de 2020. Essa variação deve-se ao menor volume de receitas e de recebimentos em função do processo de captação e rematrícula, que tem parte do recebimento atrelado aos alunos FIES que só são recebidos no 2T21, e ao pagamento da aquisição da UNESC, que teve seu closing em fevereiro de 2021”, diz o balanço.

Ações da Ser Educacional tem alta de 8,7%

Os papéis da Ser Educacional operam em alta de 8,7%, com preço de R$ 13,50 por ação ordinária. A companhia viu sua maior alta justamente na quinta (13), após a divulgação dos resultados.

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Eduardo Vargas

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