Seleção Brasileira: confira 5 motivos para não perder a estreia de Ancelotti
A Seleção Brasileira viverá um momento histórico nesta quinta-feira (5), que não deve afetar os mercados financeiros e a cotação do dólar mundo afora, mas certamente vai atrair a atenção de milhões de pessoas que gostam de futebol. A equipe enfrentará o Equador pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. A partida será disputada às 20h (de Brasília) em Guayaquil, e marcará a estreia do técnico Italiano Carlo Ancelotti à frente da equipe.

Será a primeira vez que um técnico estrangeiro assume a Seleção Brasileira em um ciclo de Copa do Mundo e a expectativa é muito grande, já que a equipe vem de maus resultados. Na última partida sofreu uma humilhante goleada para a rival Argentina por 4 a 1, e a esperança é que o novo e celebrado técnico coloque o time nos eixos.
A sua estreia, por si só, já seria um excelente motivo para assistir à partida, que terá transmissão ao vivo pela TV Globo e pelo canal pago SporTV. Mas há outros aspectos que farão valer a pena acompanhar a peleja. Confira alguns desses motivos
1. Seleção terá seu primeiro técnico estrangeiro em ciclo de Copa
Ancelotti é apenas o quarto técnico estrangeiro a comandar a Seleção Brasileira desde a sua primeira partida, em 1914. No entanto, os outros três estiveram à frente da equipe apenas em momentos pontuais, como treinadores-tampões: somados, não chegaram a trabalhar sequer uma dezena de vezes.
O primeiro estrangeiro a comandar a Seleção Brasileira foi o uruguaio Ramón Platero, durante o Campeonato Sul-Americano (atual Copa América) de 1925. Disputou apenas quatro partidas. O segundo foi o português Jorge Gomes de Lima, mais conhecido como Joreca, que liderou o time em 1944 durante dois amistosos contra o Uruguai. Uma curiosidade: em ambos os jogos ele dividiu o comando técnico com Flávio Costa, que seria o treinador na Copa de 1950.
O terceiro e último técnico estrangeiro a assumir o cargo esteve presente em apenas uma única partida, em 7 de setembro de 1965, em uma circunstância insólita. O Brasil enfrentaria o Uruguai como parte de uma série de jogos que marcavam a inauguração do estádio Mineirão, em Belo Horizonte. Mas o técnico Vicente Feola, campeão do mundo em 1958, teve dificuldade para convocar o time devido a turnês de Santos e Botafogo pelo exterior.
A solução foi curiosa: a CBD, então gestora do futebol nacional, decidiu chamar todo o time do Palmeiras para representar integralmente a seleção Canarinho. E o convite valeu também para o comandante alviverde na época, o argentino Filpo Nuñez.
Caso sobreviva até o Copa de 2026, Ancelotti será o primeiro estrangeiro a treinar a Seleção Brasileira de forma contínua e consistente. E, se levar o taça, entrará pra história como o primeiro treinador a vencer um Mundial comandando uma seleção de outro país.
2) Com Ancelotti, craques poderão repetir bom futebol
Quem acompanha os jogos da Seleção Brasileira já se acostumou com um cenário incômodo: os grandes craques não conseguem reeditar com a Amarelinha as excelentes atuações nos gramados europeus. Essa cobrança recai especialmente sobre os jogadores do Real Madrid, como Vinicius Júnior, que tiveram grandes momentos. como a conquista da Champions League em 2022 e 2024.
Com a contratação desse mesmo Ancelotti, ex-técnico dessa equipe vitoriosa e que já treinou vários atletas do Brasil em diferentes passagens por clubes, é de se esperar que ele os motive e extraia o melhor de cada um deles.
3) Seleção enfrentará o vice-líder das Eliminatórias
Desde que a Conmebol adotou o sistema de pontos corridos (todos contra todos em turno e returno) para as Eliminatórias apenas no ciclo de 2002 a Seleção enfrentou aperto, classificando-se apenas na última rodada. Nas edições seguintes ficou sempre nas duas primeiras colocações. Desta vez, o time patina na quarta colocação e precisa vencer para ficar em uma situação mais confortável.
Este jogo, aliás, será crucial para uma subida à tabela, já que o adversário é o Equador, que está na segunda colocação geral, com 24 pontos, três à frente. Se o Brasil vencer, supera o adversário e pode chegar à vice-liderança, a depender do resultado do Uruguai, que também tem 21 pontos.
Para os supersticiosos, há um motivo extra para ter esperanças: nas duas últimas Eliminatórias em que sofreu para se classificar, em 1994 e 2002, o Brasil se acertou na hora H e voltou para casa com a Copa do Mundo na bagagem.
4) A Seleção será testada sem Neymar
Desde que se tornou titular, em 2011, Neymar sempre foi a principal referência da Seleção Brasileira, comandando a equipe nas Copas de 2014, 2018 e 2022. Nesses quase 15 anos, só esteve fora do time em momentos pontuais, por causa de lesão. Os técnicos que estiveram à frente do time desde então sempre contaram com o craque.
Desta vez, entretanto, pode ser diferente: Ancelotti não o convocou para a partida contra o Equador, mesmo ele estando em condições físicas para tal. O fato de o jogador estar em má fase técnica, sem convencer em seu retorno ao Santos, pode ter pesado na decisão. Se o time engrenar sem Neymar, pode ser um indicativo de que ele não é insubstituível ou fundamental na luta pelo Hexa.
5) Ancelotti poderá aplicar novidades táticas
Uma das críticas que se faz ao futebol brasileiro é houve uma estagnação do ponto de vista tático. Tanto a seleção quanto os clubes brasileiros, há alguns anos, não conseguem se impor estrategicamente contra adversários estrangeiros, dependendo unicamente do talento de seus jogadores. Isso fez com que algumas equipes contratassem técnicos estrangeiros, especialmente portugueses e argentinos.
A medida trouxe excelentes resultados para clubes como Flamengo, Palmeiras e Botafogo, que chegaram a conquistar a Copa Libertadores nos últimos anos com treinadores portugueses. Enquanto isso, a Seleção Brasileira sofreu nos últimos anos com a escassez de bons treinadores. Nas duas últimas Copas do Mundo, contou com Tite, que não conseguiu levar o time sequer às semifinais.
Desta vez, há grande expectativa, já que a Seleção contará com um dos melhores treinadores do mundo, podendo apresentar mudanças significativas (para melhor) no modo de jogar.