Ações da Americanas (AMER3) têm salvação em 2022? Analistas da XP respondem

Não é novidade que as ações das varejistas foram as mais prejudicadas no ano passado. Nomes fortes como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) amargaram a lanterna do Ibovespa, com quedas de 71% e 67,5%, respectivamente. Junto às suas similares, a Americanas (AMER3) também registrou forte desvalorização, com 58% de perda no ano.

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Diante desse cenário, o que os investidores mais querem saber é: existe redenção para as ações da Americanas em 2022?

Prever o desempenho dos papéis da varejista não é possível, mas os analistas da XP Investimentos responderam o que se pode esperar dos papéis com base em dois cenários importantes: contexto macro do País e operação de fusão com Lojas Americanas (LAME4).

Americanas em 2021
Americanas em 2021. Fonte: Trading View.

Macro é inimigo das varejistas

De acordo com o relatório setorial de varejo da XP, a falta de dinheiro foi um dos principais motivos pelos quais muitos consumidores alegaram que não iriam fazer compras em dezembro. Isso porque o cenário de alta inflação, aumento dos juros e forte taxa de desemprego afeta diretamente o poder de compra dos brasileiros.

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Mas não só. Parte desse combo também prejudica as empresas. “A combinação de inflação e taxas de juros em alta fragiliza o poder de compra dos consumidores, bem como a capacidade das empresas em repassar aumentos de preços dos produtos”, diz relatório.

Com isso, é unanimidade entre os especialistas que o cenário macro está contra o crescimento e forte desempenho das empresas de varejo durante 2022.

Segundo o Boletim Focus desta semana – o primeiro do ano – a inflação deve chegar a 5% ao final de 2022, enquanto a taxa de juros fecha em 11,5% ao ano. Com isso, a expectativa de crescimento do PIB pelo mercado fica limitada a 0,36% ao final de 2022.

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Tudo isso reflete no segmento de varejo mais popular – caso da Americanas.

Fusão com Lojas Americanas

Apesar da queda após o anúncio da fusão entre os papéis da B2W e da Lojas Americanas, essa transação não é apontada pelos analistas da XP Investimentos como o motivo de desvalorização das ações AMER3.

Com a reestruturação, a companhia se consolidou como uma das maiores plataformas omnichannel do Brasil, com marcas como Submarino, Americanas.com, Shoptime, Sou Barato e Ame Digital dentro do seu portfólio.

No entanto, para que esse ecossistema se mostre competitivo em meio às outras varejistas fortes e se sobreponha à deterioração macroeconômica, a integração entre os ativos das duas companhias (AMER3 e LAME4) deve ser certeira, indica o relatório.

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“O cenário para 2022 permanece desafiador para o segmento de e-commerce como um todo. Dito isso, esperamos que a Americanas continue trabalhando na integração das operações físicas e digitais, e em novas verticais de crescimento e inovação, como a Ame Digital, Hortifruti Natural da Terra, Grupo Único e possíveis novas aquisições (M&A)”.

Recomendação para Americanas

Por tudo isso, 2022 deve seguir penoso e difícil para as ações da Americanas, analisa o time da XP Investimentos.

Com isso, a recomendação da XP para a varejista é neutra, com o preço alvo para as ações AMER3 de R$ 45,00 ao final de 2022.

Nesta quinta, por volta das 16h30, os papéis da Americanas apresentavam alta de 2,24% no Ibovespa, valendo R$ 29,27.

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Monique Lima

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