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Por que o dólar está caindo? Saiba se a moeda norte-americana deve continuar em queda

Dólar (USD)

Dólar - Foto: Unsplash

O dólar atingiu nesta semana o menor patamar em 14 meses, cotado a R$ 5,39, após encerrar as negociações da última terça-feira (12) em queda. No acumulado do ano, a divisa apresenta queda de mais de 13% frente ao real, após ter avançado mais de 27% no ano passado.

Nesta semana, a baixa do dólar foi impulsionada por expectativas de corte de juros nos Estados Unidos e por um cenário interno mais atrativo para investidores estrangeiros. O indicador de inflação ao consumidor norte-americano (CPI) veio em linha com as projeções do mercado.

Além do cenário externo, alguns fatores domésticos têm atraído capital estrangeiro. Entre eles, juros elevados e uma bolsa considerada barata em termos históricos estão impulsionando o real e pressionando a cotação do dólar para baixo.

Por que o dólar está caindo?

Segundo Danilo Coelho, economista e especialista em investimentos, a conjuntura no Brasil é favorável para a queda da moeda norte-americana.

“Temos uma taxa de juros muito alta, a economia com potencial de recuperação, uma bolsa que é uma das mais baratas do mundo, então isso, sem dúvidas, atrai bastante capital de fora para cá, principalmente pela questão dos juros altos e pelo patamar da nossa bolsa que está um dos mais baratos aqui historicamente”, diz ele.

A combinação desses elementos aumenta o fluxo de recursos para o país, valorizando o real. O movimento é reforçado pelo enfraquecimento do dólar globalmente, já que a perspectiva de juros mais baixos nos EUA reduz o rendimento dos títulos americanos, tornando outros mercados mais atrativos.

Coelho também cita o impacto recente do chamado tarifaço anunciado pelo governo norte-americano. No primeiro momento, a moeda subiu, mas recuou após sinais de que as tarifas seriam suavizadas.

“O mercado viu que tinha muita possibilidade de que o governo do Trump desse uma pequena recuada, desse uma aliviada com relação ao tarifaço que ia ocorrer. Realmente, esse alívio veio com relação a alguns setores, como setor de celulose, setor de produção de laranja e os setores ali que os Estados Unidos tinham maior interesse. A tarifa, no geral, veio num patamar um pouco menor”, explicou.

O dólar deve continuar em baixa?

Para o curto prazo, Coelho avalia que o movimento de queda pode se prolongar. “Pode ser que no curto prazo esse movimento de queda ainda se mantenha por mais um tempo, por mais alguns meses”, disse.

Ele aponta, no entanto, que a proximidade do período eleitoral tende a gerar volatilidade. A possibilidade de mudanças no governo, associada à queda na aprovação presidencial, está no radar dos investidores. “aA gente tem uma expectativa baixa de que o dólar continue nos patamares que ele está agora e é bem provável que ele comece a subir, comece a ter uma resposta de alta ao longo do próximo semestre, principalmente pela aproximação do cenário eleitoral”, afirmou.

Outro fator é que, apesar do bom momento, o dólar é sensível a mudanças no apetite por risco no mercado global. Além disso, tensões comerciais ou mudanças na política monetária de grandes economias podem inverter rapidamente a direção dos fluxos.

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