Pilotos da Latam Brasil rechaçam proposta de acordo coletivo

Os pilotos da Latam Brasil rejeitaram nesta segunda-feira (27) a proposta de acordo coletivo realizada pela companhia aérea em votação online organizada pelo Sindicato dos Aeronatuas (SNA).

A votação, que aconteceu entre os dias 23 e 27 de julho, resultou em um percentual de 89,3% de votos contrários entre comandantes; de 88,9% entre copilotos e de 88,6% entre comissários. Os votos favoráveis, por sua vez, foram de 10,7%, 11,1% e 11,4%, respectivamente. O sindicato comunicou que os números já foram informados à Latam e uma reunião foi agendada para esta terça-feira (27).

O resultado já era amplamente esperado por profissionais da companhia aérea. Os pilotos aceitam uma redução temporária de jornada e de salário por 18 meses, entretanto rechaçam a proposta da empresa, de corte permanente na remuneração quando esse período acabar.

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A Latam vincula um acordo ao outro, diferentemente do que fizeram outras companhias do setor como a Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), que firmaram acordos temporários com o SNA.

Ajustes na remuneração são necessários, diz Latam

A Latam Brasil comunicou que os ajustes no cálculo da remuneração são necessários para equilibrar seus custos em relação aos das empresas concorrentes, antecipando  um período de maior disputa no mercado.

O setor aéreo foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus devido às medidas de isolamento social e às expressivas quedas na demanda por viagens no período. A Latam Brasil, que emprega cerca de 2.000 pilotos e 5.000 comissários, pediu no início deste mês recuperação judicial nos Estados Unidos.

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Os salários pagos pela companhia estão acima da média praticada por outras empresas do setor, reconheceu o sindicado. O SNA, entretanto, atribuiu a discrepância às rotas internacionais feitas pela Latam, que envolvem aviões superiores e voos mais longos.

O presidente da associação, Ondino Dutra, afirmou que a mudança permanente ofertada pela aérea poderia resultar em um corte de 60% dos ganhos de pilotos e copilotos, cujo salário médio líquido, atualmente, fica na faixa entre R$ 25 mil e R$ 12 mil, respectivamente, salientou.

A empresa, por sua vez, nega que a proposta leve a esse percentual de redução, porém não informou o quanto seria com base nos seus cálculos. A Latam defendeu que as rotas internacionais foram as mais afetadas pela pandemia e as que mais devem demorar para se recuperar, fazendo com que o cenário pese mais sobre a companhia do que sobre suas concorrentes.

Arthur Guimarães

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