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PIB do Brasil tem em 2020 maior recuo anual desde 1996, diz IBGE

BNP Paribas vê piora na pandemia no Brasil, mas mantém alta de 2,5% no PIB

IBGE divulga produção industrial

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 4,1% em 2020 em comparação com 2019, segundo dados divulgados há pouco pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da menor taxa da série histórica, iniciada em 1996. Segundo o instituto, a queda foi em razão aos efeitos adversos da pandemia do novo coronavírus (covid-19).

A queda interrompeu o crescimento de três anos seguidos, de 2017 a 2019, quando o PIB do Brasil acumulou alta de 4,6%. Em 2020, os serviços encolheram 4,5% e a indústria, 3,5%. Somados, esses dois setores representam 95% da economia nacional. Por outro lado, a agropecuária cresceu 2,0%.

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Em valores correntes, o PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, totalizou R$ 7,4 trilhões no ano passado. O PIB per capita (por habitante) alcançou R$ 35.172 em 2020, recuo recorde de 4,8% em relação a 2019.

Segundo economista da Nova Futura Investimentos, Matheus Jaconeli, a perspectiva da corretora para o PIB era mesmo uma queda de 4,1%.

“Um dos principais fatores para que o PIB não tivesse uma perda tão agravante foi o esforço do governo para sustentar a demanda agregada por intermédio do auxílio emergencial. Apesar disso, ainda é necessário maior esforço fiscal para compensar os gastos”, disse Jaconeli.

“O resultado é efeito da pandemia de Covid-19, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para controle da disseminação do vírus. Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente os serviços que podem provocar aglomeração”, analisou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

PIB do Brasil avança no quarto trimestre

Já no quarto trimestre, o PIB do Brasil avançou 3,2%, em comparação com o terceiro trimestre, registrando o segundo resultado positivo nessa comparação, depois dos recuos de 2,1% no primeiro trimestre e do recorde negativo de 9,2% no segundo trimestre.

Em valores correntes, isso corresponde a R$ 2,0 trilhões. Quando comparado ao quarto trimestre de 2019, o PIB caiu 1,1%. “Essa desaceleração é esperada porque crescemos sobre uma base muito alta, no terceiro trimestre (7,7%), após um recuo muito profundo no auge da pandemia, o segundo trimestre (-9,2%)”, explicou Palis.

De acordo com o economista Jaconeli, a perspectiva da corretora para o PIB do quarto trimestre era uma alta de 2,8%.

“A alta se baseia no avanço do começo do trimestre. Principalmente, por conta do progresso na atividade comercial, serviços e a da produção comercial nos dois primeiros meses. O que pesou negativamente na atividade econômica foram os resultados do comércio e serviços, o que acabaram por evidenciar retração no consumo e desaceleração na retomada da economia durante o mês de dezembro”, explicou o economista.

Na última análise dos especialistas das 100 principais instituições ligadas ao mercado financeiro e que realizam o Boletim Focus, a estimativa para o PIB do Brasil em 2021 ficou em 3,29%.

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