Petróleo: BTG vê pressão sobre o setor com pacote de arrecadação do governo

O governo federal estuda a possibilidade de um novo pacote de arrecadação com receitas de petróleo e gás para o biênio 2025-26 de até R$ 40 bilhões. A medida viria como uma alternativa à elevação do IOF, que causou desconforto no Congresso e também no mercado financeiro.

As medidas foram apresentadas pelo ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os pontos mais importantes do pacote estaria a autorização de venda do petróleo em áreas próximas aos campos de Tupi, Mero e Atapu.

Pressão sobre o petróleo

O BTG Pactual publicou relatório com análise sobre a medida do governo federal e o possível impacto no setor de petróleo e gás. Os analistas se mostram preocupados com uma possível revisão dos preços de referência do petróleo e o leilão de volumes excedentes em campos do pré-sal como Tupi, Mero e Atapu. “Apenas a mudança no preço de referência poderia gerar R$ 3 bilhões/ano (~US$ 530 milhões) a partir de julho”, informa o relatório.

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Os analistas apontam que o pacote pode representar um risco regulatório no setor de produção de petróleo, mas frisam que muitas medidas podem ser retiradas do plano, que ainda não foi oficialmente anunciado pelo Planalto.  

A Petrobras (PETR4), como maior operadora de produção no Brasil, é naturalmente a empresa mais exposta ao novo pacote de arrecadação do governo. “A revisão das regras de participação especial e o leilão de volumes excedentes nos campos do pré-sal provavelmente terão impacto maior sobre a Petrobras do que sobre seus pares”, afirma o BTG.

A expectativa do governo é arrecadar R$ 9 bilhões adicionais com as mudanças nas participações especiais e até R$ 15 bilhões com leilão das áreas adjacentes em Tupi, Mero e Atapu.

“Embora vejamos esse valor como otimista, qualquer aquisição por parte da Petrobras ocorreria às custas dos dividendos no curto prazo, embora possa adicionar valor presente líquido positivo ao portfólio”, informam os analistas. “Acreditamos que o mercado precificará esse risco e esperamos uma reação levemente negativa, embora não necessariamente uma mudança estrutural no caso de investimento da Petrobras”.

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