“A Petrobras (PETR4) vai valer zero daqui a 30 anos”, diz Paulo Guedes

O ministro da Economia Paulo Guedes voltou a indicar, nesta segunda-feira (25), apoio à privatização da Petrobras (PETR4). Mais cedo, a notícia de que o governo avalia um projeto para vender a companhia fez disparar as ações da estatal. Guedes disse que recursos da privatização poderiam ser usados para ampliar os investimentos públicos e em tecnologia e bancar gastos sociais.

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“O presidente Jair Bolsonaro falou que estudaria o que iria fazer com a Petrobras. São muitos os motivos [para fazer a privatização]: estamos com crise hídrica, tivemos escândalos de corrupção, são 30 a 40 anos de monopólio no setor elétrico e no de petróleo. Se daqui a 10 ou 20 anos, o mundo inteiro migrar para hidrogênio e energia limpa, abandonando o combustível fóssil, a Petrobras acabar valendo zero daqui a 30 anos”, argumentou Guedes.

Segundo ministro, o objetivo é retirar o petróleo o mais rápido possível para investir os recursos em educação, investimentos e tecnologia. “Tem que sair mais rápido. Não adianta ficar uma placa dizendo que é estatal e o petróleo não sai do chão. E quando sai, sai com corrupção. Se houve a maior roubalheira da história no ‘Petrolão’ e agora o preço do petróleo só sobe, o que o povo brasileiro ganha com isso?”, questionou.

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Ele destacou que as ações da Petrobras saltaram no Ibovespa após o governo dizer que iria estudar meios para privatizar a empresa. “Em mais duas ou três semanas, são R$ 150 bilhões criados. Isso não existia, não é tirar do povo. É uma riqueza que estava destruída: bastou o presidente afirmar que iria estudar o processo que o papel subiu. Desse total, ao menos R$ 30 bilhões poderiam ir para os mais frágeis (no Auxílio Brasil)?”, completou.

Em meio à crise hídrica, o ministro da Economia disse ainda que o Brasil tem a matriz energética “mais limpa e flexível do mundo”. “Temos desde a energia suja, do petróleo até o hidrogênio verde e a nuclear. Criamos o marco regulatório do gás natural e os investimentos virão em resposta a essa crise energética. O Brasil tem todas as ferramentas para vencer essa crise energética no mundo”, afirmou.

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Petrobras questiona governo

A Petrobras comunicou nesta segunda que indagou o governo federal, seu acionista controlador, por meio do Ministério da Economia (ME), sobre a existência ou não de estudos sobre possível venda de ações da companhia ou de qualquer outro fato relevante que deva ser divulgado ao mercado, nos termos da Resolução CVM 44/2021.

Mais cedo, a CNN informou que o ME estuda a possibilidade de, por meio de um projeto de lei, abrir mão de ações ordinárias e ações preferenciais que a União tem da Petrobras. O volume de venda seria o necessário para que fizesse com que a União deixasse de ser a acionista majoritária da estatal. Mesmo sem a maioria das ações, o governo manteria a golden share, ou seja, a prerrogativa de indicar o presidente da estatal e vetar operações das quais discorde.

Além da Petrobras, Guedes comenta sobre próximo Caged

O ministro da Economia adiantou dados econômicos que serão divulgados amanhã (26). Segundo ele, a arrecadação de setembro, apurada pela Receita Federal, deverá trazer novos recordes. Além disso, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mede o saldo de empregos formais, deve vir com mais de 300 mil postos de trabalho criados no país no mês passado.

“A economia está voltando com muita força. Conversava há pouco com o grupo da arrecadação da Receita Federal, novos recordes. Amanhã, possivelmente vão soltar também o Caged; mais de 300 mil empregos todo mês estamos criando”, declarou.

Guedes agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro por mantê-lo no cargo. “Sou grato pela confiança do presidente. É sempre assim: estou morrendo afogado, ele aparece, renova a confiança e nós continuamos nessa aliança de liberais e conservadores por um futuro melhor do nosso país”, disse.

(Com informações da Agência Estado)

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Bruno Galvão

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