Petrobras (PETR4): investimentos em energia eólica offshore vão impactar os dividendos; ações caem

Petrobras (PETR4) anunciou na noite de ontem (6) os estudos para viabilizar sete projetos de geração de energia eólica offshore com a Equinor. Embora o direcionamento para uma transição enérgica tenha sido enfatizada desde que o novo CEO, Jean Paul Prates, assumiu a posição, analistas do mercado alertam para o principal temor dos investidores da Petrobras: o investimento deve impactar nos dividendos.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/05/Lead-Magnet-1420x240-1.png

Com a repercussão, as ações da Petrobras (PETR4;PETR3) operam em forte queda no pregão desta terça-feira (7). Por volta das 14h30, os ativos preferenciais e ordinários recuavam 1,43% e 1,5%, cotados a R$ 25,57 e R$ 28,97, respectivamente.

Isso porque, conforme apontam os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte, analistas do BTG Pactual (BPAC11), a construção dos parques offshore no Brasil pode demorar para se concretizar. Contudo, o capex (investimento de capital de longo prazo) pode demandar entre R$ 218 bilhões a R$ 290 bilhões para os parques eólicos da Petrobras e Equinor.

Segundo os analistas, o capex médio para projetos eólicos na última década tiveram o custo de R$ 15 milhões a 20 milhões/megawatts (MW)

“Se a Petrobras deseja entrar em uma nova fase de crescimento, precisaria desviar seu fluxo de caixa de financiamento (FCF) para os investimentos. Isso pode resultar em uma redução nos dividendos, que atualmente são um dos principais motivos para uma visão otimista da empresa”, afirmam.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

Genial corta a recomendação

Os analistas da Genial Investimentos também não estão otimistas com o anúncio da estatal. A casa avalia que a Petrobras deverá desembolsar pelo menos R$ 130 bilhões nos próximos anos com o projeto das eólicas, considerando que ela fique responsável por 50% dos investimentos.

Diante disso, os analistas alertam que o cenário poderá ser desafiador do ponto de vista da geração de valor aos acionistas, “tendo em vista os baixos preços de energia no segmento de geração (que atualmente opera em uma sobreoferta estrutural que deve durar pelo menos 4-5 anos) e alto custo do investimento por megawatt/hora (MWh) instalado”.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/04/1420x240-Planilha-vida-financeira-true.png

Com um lucro recorde apresentado em 2022 derivado justamente do segmento em que a estatal é forte, isto é, o de exploração e produção de petróleo, os analistas da Genial acham pouco provável que os projetos energia eólica offshore seja viáveis e que gerem valor a empresa.

“Em um exemplo hipotético, caso a empresa resolva colocar todo esse pipeline de investimentos de pé de uma só vez, o impacto no fluxo de caixa anual de tais investimentos seria de até R$43 bilhões ao ano”, afirmam.

Com isso, a Genial Investimentos cortou a recomendação de compra das ações da Petrobras de neutra para venda.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop-1.jpg

O que diz a Petrobras?

Em nota, a Petrobras destacou que os sete projetos de geração de energia eólica offshore com a Equinor ainda passarão por análises de viabilidade técnico-econômica e ambiental. Segundo o comunicado, o Plano Estratégico da Petrobras para o período deste ano a 2027 estabeleceu eólicas offshore como um dos segmentos priorizados para estudos aprofundados.

“Somente após a conclusão de análises técnicas por grupo multidisciplinar, projetos desse segmento terão estimativas oficiais de custo e retorno, necessárias para futuramente serem apreciados pelas instâncias de aprovação interna, de acordo com a governança da Petrobras“, finaliza o comunicado.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/1420x240-Controle-de-Investimentos.png

Janize Colaço

Compartilhe sua opinião