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Petrobras (PETR4) pode anunciar reajuste dos combustíveis nesta sexta

Petrobras (PETR4) tem limite para adiar novos ajustes

Petrobras (PETR4) tem limite para adiar novos ajustes. Foto: Agência Petrobras.

O Conselho de Administração da Petrobras (PETR4) convocou às pressas nesta quinta (16) uma reunião extraordinária para discutir os preços dos combustíveis, congelados e defasados nas refinarias em relação ao mercado internacional. O governo federal tinha se reunido na última terça (14) com executivos da estatal para pressionar pela manutenção dos valores. A diretoria da empresa voltou a alertar o Conselho sobre a diferença ante os preços do exterior. A reunião de hoje teria durado três horas e terminou com a decisão que pode anunciar o reajuste nesta sexta (17).

O encontro de hoje pegou os dirigentes da estatal de surpresa, não apenas por ser feriado, mas porque o tema não é da competência do conselho. A reunião serviu para reafirmar que o reajuste dos combustíveis é de responsabilidade da diretoria executiva. O valor da alta não foi informado aos conselheiros.

A gasolina está há quase cem dias com o preço congelado nas refinarias da Petrobras, enquanto o diesel teve o preço elevado pela última vez há 36 dias. Dados da Associação Brasileira dos Importadores e Combustíveis (Abicom) mostram que a defasagem chega a 18% no diesel e de 14% na gasolina frente às cotações internacionais.

Com os preços defasados em relação ao exterior, a Petrobras tem sofrido pressão do governo para manter a gasolina e o diesel congelados até as eleições, enquanto o mercado espera que a empresa prossiga com a sua política de preço de paridade de importação (PPI).

Nos últimos dias, o governo se reuniu duas vezes com a diretoria da Petrobras para tentar evitar o aumento. Segundo fontes, o governo teria pedido para a companhia segurar os preços até que as novas regras sobre ICMS surtam efeito para o consumidor. O reajuste poderia anular o benefício do corte do imposto aprovado pelo Congresso.

Pressão contra o reajuste

O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, está sendo pressionado a renunciar ao cargo para apressar a troca pelo indicado de Bolsonaro, o secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade. Com a renúncia, Paes não teria de esperar a realização de uma assembleia de acionistas, mas Coelho já afirmou que não vai renunciar.

A decisão do reajuste dos combustíveis é tomada pelo presidente da empresa, pelo diretor de Comercialização (Claudio Mastella), e pelo diretor Financeiro e de Relações com os Investidores (Rodrigo Araújo). Segundo fontes, os dois também serão demitidos após Paes de Andrade tomar posse.

O colunista Lauro Jardim informou, em coluna publicada em o Globo, que a empresa autorizou o reajuste da gasolina e do diesel. O aumento — ainda sem valor definido — seria anunciado nesta sexta e valeria a partir da próxima semana.

O colunista Valdo Cruz, da Globo e do G1, também apurou que o Conselho e diretoria deram sinal verde para o aumento do diesel e que ele seria e 10%.

Em live transmitida pelas redes sociais no início da noite desta quinta, o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar sobre os preços dos combustíveis da Petrobras. Disse que “a gente espera que a companhia não faça a maldade de reajustar os combustíveis.” Afirmou ainda que a Petrobras está rachando de ganhar dinheiro” e que, na semana que vem, “a gente espera trocar o presidente da empresa”.

De acordo com o Broadcast, serviço de notícias da Agência Estado, a reunião desta quinta foi convocada pelo presidente do Conselho de Administração, Márcio Weber. Valdo Cruz reportou em seu blog no G1 que a reunião convocada por Weber discutiu o reajuste do diesel. A estatal teme pelo risco de precisar importar o combustível e mais: tem receio de desabastecimento. Pediu subsídio ao governo para o combustível, sem sucesso. A Petrobras teria dito que a defasagem da gasolina é menor — em torno de 5%, nas contas da companhia — e que poderia manter o preço sem alterações por mais tempo.

A Petrobras ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

Ciro Nogueira ataca Petrobras com expectativa de novo aumento de combustível

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), seguiu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e também atacou a Petrobras em meio a relatos de que a estatal deve aumentar os combustíveis, pesadelo do governo em ano eleitoral. “Basta! Chegou a hora. A Petrobras não é de seus diretores. É do Brasil”, escreveu o ministro no Twitter, sem explicar sobre o que haveria chegado a hora.

Em linha com o discurso do presidente Jair Bolsonaro, Nogueira afirmou que a Petrobras não pode “continuar com tanta insensibilidade” e “ignorar sua função social”. “O governo, Congresso e todos com responsabilidade temos que acabar de vez com esse abuso dos lucros bilionários na hora em que a empresa não pode virar as costas para o Brasil e os brasileiros”, acrescentou.

Hoje, o presidente do Conselho de Administração da empresa, Márcio Weber, convocou uma reunião extraordinária, o que surpreendeu a alta cúpula da estatal. De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, a diretoria da empresa deve decidir por um aumento nos preços dos combustíveis, após o entendimento de que o Conselho não pode interferir. Ainda não ficou claro se a diretoria levará à frente o plano de reajuste ainda esta semana ou na próxima.

O governo vinha tentando convencer o presidente demissionário da Petrobras, José Mauro Coelho, a segurar os preços para que o teto de ICMS, aprovado ontem no Congresso com apoio do Palácio do Planalto, surta algum efeito nas bombas.

Pedido do governo foi para segurar o preço

A cúpula da Petrobras havia recebido no início da semana o primeiro pedido do governo Jair Bolsonaro para que não aumentasse os preços do gasolina e do diesel nas refinarias. Segundo o argumento do Palácio do Planalto, o Executivo aguardava pela aprovação de projetos sobre limites do ICMS no Congresso para tentar diminuir o valor dos combustíveis.

A Petrobras vinha alertando o governo sobre a defasagem dos preços da gasolina em relação ao mercado internacional. O mais recente reajuste do diesel, em 9 de maio, resultou em pressão do governo em relação à diretoria da Petrobras — e culminou com a exoneração do ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque, dois dias depois do aumento. O novo titular da pasta, Adolfo Sachsida,  assinou, em 23 de maio, a demissão do presidente da estatal José Mauro Coelho. Foi substituído por Caio Mário Paes de Andrade, que ainda não assumiu o cargo.

defasagem da gasolina e do diesel está em 20%, estimam analistas do mercado. A estatal chegou a falar em risco de desabastecimento de diesel em função dos preços não reajustados. O quadro de pressão sobre o governo inclui ainda declarações de caminhoneiros, que ameaçam fazer greve caso ocorra novo reajuste.

Nesta terça (14), integrantes do Executivo, entre os quais o o ministro Sachsida, fizeram reuniões com Coelho, o presidente da Petrobras, além de, segundo o Globo, o diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, e do presidente do Conselho de Administração da estatal, Márcio Weber.

O jornal O Globo informou que o reajuste dos combustíveis era visto como “razoável” por membros do comando da Petrobras. Mas uma outra parte da cúpula tendia a resistir e sugeriaanunciar reajustes de 6% e 7% da gasolina e do diesel. No início da noite de terça a companhia publicou fato relevante dizendo que “evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”.

O Palácio do Planalto insistiu, segundo uma fonte do Globo, que a Petrobras não reajustasse os preços dos combustíveis enquanto tramitam no Congresso projetos como o que limita a 17% o ICMS. Integrantes do Conselho de Administração da companhia querem que a empresa não decidisse, ao menos esta semana, pelo aumento dos preços.

A pressão do governo se manteve forte, mas outra fonte disse ao Globo que a definição sobre o reajuste estava nas mãos de um grupo na estatal que inclui o presidente Coelho, o o diretor Financeiro, Rodrigo Araujo Alves, e Claúdio Mastella, diretor de Comercialização e Logística da Petrobras.

Gasolina aditivada passa de R$ 9 no RJ antes de reajuste da Petrobras, diz agência

Mesmo antes de um provável reajuste de preços dos combustíveis pela Petrobras todos os combustíveis – e principalmente a gasolina – tiveram ligeiro aumento de preços na semana passada contra a anterior, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A gasolina, que está há mais de três meses sem aumento, subiu 0,4% em relação à semana anterior na versão mais barata, atingindo R$ 7,247 o litro na média, dizem as informações da agência.

Já a gasolina aditivada passou dos R$ 9 o litro no Rio de Janeiro, registrando R$ 9,28 o litro na semana de 5 a 11 de junho. Na semana anterior, o preço máximo da aditivada era de R$ 8,99 o litro, indicando alta de 3,2%.

diesel, cujo último aumento foi no dia 10 de maio, subiu menos, segundo os dados da ANP. O comum custava e média R$ 6,886, 0,05% a mais do que na semana anterior, enquanto o S10, menos poluente, custava em média R$ 7,008, alta de 0,04% em relação à semana anterior.

O diesel S10 mais caro foi encontrado na Bahia, onde funciona a refinaria privatizada no final do ano passado, a R$ 8,51 o litro.

Já o mais barato, a R$ 5,39 o litro, foi encontrado em Campinas, São Paulo. O gás de cozinha subiu 0,1%, para R$ 112,64 o botijão de 13 quilos de gás liquefeito de petróleo (GLP), e o Gás Natural Veicular (GNV) teve alta de 0,8%, para R$ 5,279.

Petrobras respondeu a rumores obre aumento de combustíveis na terça

Em fato relevante divulgado no início da noite desta terça (14) a Petrobras divulgou nota ao mercado sobre os rumores sobre o reajuste de combustíveis.

Diz o comunicado: “Em relação às notícias veiculadas na mídia a respeito de expectativa de novos reajustes nos preços de combustíveis, a companhia mantém seu
compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.”

A Petrobras monitora “continuamente os mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais”.

E conclui: “Para conferir transparência à sua gestão comercial, a Petrobras anuncia os ajustes de preços a seu  clientes por meio do site Canal Cliente (www.canalcliente.com.br) e, aos demais públicos de interesse, por meio do site (precos.petrobras.com.br). Em atendimento à Resolução 795/2019 da Agência Nacional do
Petróleo (ANP), a companhia também divulga a tabela de preços atualizada por localidade e modalidade de venda.”

Com informações do Estadão Conteúdo

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