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Petrobras (PETR4) cai mais de 5% na B3 com temor de interferência do governo

Petrobras tem forte queda na B3 após falas de Bolsonaro

Petrobras tem forte queda na B3 após falas de Bolsonaro

As ações da Petrobras (PETR4) caem no início do pregão desta sexta-feira (19) na B3 com o mercado temendo interferências políticas na administração da empresa e até mesmo uma mudança na presidência da estatal após as falas de ontem do presidente Jair Bolsonaro. Às 10h10, os papéis ordinários e preferenciais, caem, respectivamente, 5,90% e 5,05%.

Na noite desta quinta, Bolsonaro afirmou que “alguma coisa irá acontecer” na companhia, criticou os reajustes de preços da gasolina e do óleo diesel e anunciou que acabará com impostos sobre o gás de cozinha e que suspenderá as tributações sobre o óleo diesel. “Esta medida é para contrabalancear aumento excessivo dos combustíveis da Petrobras”, declarou o presidente.

Segundo coluna do jornal O Globo, Bolsonaro estaria interessado em demitir Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras, mas que, para isso, seria necessário o aval do conselho de administração da petroleira. Os ataques, então, seriam para motivar uma possível renuncia. O conselho da companhia deve se reunir na próxima terça para discutir a permanência de Castello Branco.

Especialistas comentam situação da Petrobras

A XP Investimentos comentou o caso afirmando que o mercado deve reagir de maneira negativa às declarações por conta da avaliação de que há mais riscos para a autonomia da estatal e para sua política de preços de combustíveis.

Já a Guide afirmou que o episódio é a segunda crise entre Bolsonaro e o presidente de uma grande estatal, referindo-se à crise do Banco do Brasil (BBAS3) no início de janeiro, pontuando que, na ocasião, a demissão de André Brandão não se concretizou.

Para Fernando Siqueira, gestor da Infinity Asset, a possível intervenção na Petrobras ainda se soma ao fato de que o petróleo fechou em queda nesta quinta e que recua também no inicio da manhã desta sexta, caindo 1,20% por volta das 10h.

Ainda segundo o gestor, essa foi a primeira vez em que Bolsonaro deixou claro sua insatisfação com o presidente da Petrobras. Para Siqueira, as falas devem diminuir o impacto positivo das vendas de refinarias, que estão em andamento mas em “passos de tartaruga”.

“Uma forma de se resolver essa questão seria a Petrobras vender as refinarias que tem e não ser a única a ter de estipular preços da gasolina e do diesel. Haveria uma concorrência no mercado”, diz. O gestor pontua ainda que o atual presidente da Petrobras não teve nenhuma atitude que, para o mercado, justificasse sua demissão.

Bruno Madruga, sócio e Head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, afirma que os investidores não gostam, em geral, de interferências governamentais e que, apesar de Bolsonaro não poder intervir diretamente na Petrobras, a declaração do presidente do país tem um peso grande.

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