Oi (OIBR3) contra Vivo (VIVT3) e TIM (TIMS3): o que esperar dessa disputa?

Os analistas da XP Investimentos explicaram por que pode ser positivo para Telefônica (VIVT3) e TIM (TIMS3) o pedido de redução de R$ 3,2 bilhões no preço no valor total dos ativos móveis da Oi (OIBR3), adquiridos pelas teles nos leilões realizados.

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De acordo com os analistas, os compradores identificaram divergências em premissas que justificam uma proposta de alteração no valor, totalizando R$ 3,2 bilhões, sendo R$ 1,4 bilhões em benefício da TIM e R$ 1,1 bilhão para a dona da Vivo.

As divergências estão no capital de giro e dívida liquida, Capex, e ajustes na base de clientes.

Em fato relevante divulgado pela TIM e Telefônica, a retenção foi de R$ 634 milhões e R$ 488 milhões, respectivamente, para fazer frente a eventuais passivos e alterações no Preço de Fechamento Ajustado (PFA).

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“Esse mecanismo foi definido entre as três compradoras e a Oi para ajustes finais de preço, mecanismo usual em operações de fusões e aquisições e ainda mais importante nesse deal, dado que algumas informações só puderam ser validadas após o closing. Vale lembrar que a compra do ativo foi realizado em leilão dentro do contexto de recuperação judicial da Oi“, diz o relatório.

Os valores apontados na divergência superaram o retido pelas companhias. Indo além, as compradoras afirmaram identificar discordâncias nos contratos de serviços de infraestrutura que ensejam numa indenização de R$ 353 milhões.

A Oi disse discordar das alegações do grupo comprador e defendeu que adotará todas as medidas cabíveis em relação à notificação feita. A empresa tem um prazo de 30 dias para detalhar as suas discordâncias com as reivindicações da TIM e da Vivo.

Após o prazo, caso não seja possível um acordo, um auditor independente deverá ser contratado pelas partes para definição final dentro do prazo de até 30 dias. A decisão do auditor contratado é vinculante à todas as partes envolvidas sem possibilidade de recurso judicial ou arbitral.

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“A despeito desses ajustes, a TIM reiterou que não há impacto material nas sinergias da transação e reitera o guidance divulgado. A Vivo não comentou esse ponto no fato relevante, mas não esperamos mudanças materiais”, afirmaram os analistas Bernardo Guttmann e Marco Nardini, em texto.

Na visão da XP, o anúncio pode ser favorável para as teles compradoras, com a possibilidade de redução do valor total a ser pago. Além disso, há diminuição de risco, que pode evitar justificativas de revisão na expectativa de captura de sinergias.

Cotações da Oi, Vivo e TIM

No fechamento desta segunda-feira (19), a Oi encerrou o dia com queda de 11,32%. A Telefônica subiu 1,62%, a R$ 41,29 e a TIM, -0,08%, a R$ 12,17.

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Victória Anhesini

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